A lua brilhava intensamente no céu estrelado, iluminando o desfiladeiro abaixo. A coluna já estava bem avançada dentro do estreito caminho formado pelas montanhas.
Os olhos dos batedores procuravam possíveis inimigos escondidos nas sombras bruxuleantes das rochas.
O coração de Mâsh disparou quando pareceu que um dos batedores o havia descoberto. Ele prendeu a respiração e prensou o corpo um pouco mais contra a rocha fria. A distância entre eles era pequena. O bárbaro podia quase sentir o cheiro fétido daquele orc que atentamente vasculhava o caminho por onde seu clã passaria em instantes. Mas a habilidade dos Goliaths de esconderem-se e mesclarem-se ao seu habitat natural era quase perfeita. Aqueles poucos segundos pareciam uma eternidade para Mâsh. Quando o batedor deu um rosnado baixo e continuou o caminho, sem perceber a presença do inimigo, o bárbaro soltou sua respiração e ouviu o sinal que esperava.
A horda dos orcs, embora atenta ao cruzar o desfiladeiro, foi pega de surpresa pelos Goliaths que saíram de seus esconderijos atacando com fúria os inimigos.
A reação dos Orcs foi rápida. Mas não o suficiente. Quando conseguiram organizarem-se novamente, os Goliaths já haviam partido após o ataque relâmpago. Atrás deles, 50 Orcs jaziam no fundo do desfiladeiro e, pelo menos, outros 15 agonizavam com ferimentos profundos. Aquela era a tática dos bárbaros contra inimigos muito mais numerosos.
Mâsh reuniu-se aos seus irmãos e entoando cânticos de vitória de seus antepassados, voltou para sua aldeia onde sua mulher e filho esperavam.
Chegando à aldeia, foram festejados por seus familiares e amigos. O líder da escaramuça, Râjish, entregou um estandarte da horda Orc ao ancião líder da Tribo, que estava com outros anciãos ao redor da fogueira cerimonial.
Próximo a eles, os totens que representavam os antepassados da tribo, pareciam ter vida e faziam caretas horrendas, conforme as chamas da fogueira iluminava-os.
O estandarte inimigo, que era um trapo de pano com uma garra vermelha pintada sobre um círculo branco, foi jogado na fogueira cerimonial. Depois, cada um dos bárbaros que participou da escaramuça jogou seus troféus na chama alaranjada que crepitava na fogueira. Mâsh foi o último, depositando o escalpo de um Orc nas chamas que agora exalavam um cheiro pútrido no ar.
Um dos anciãos aproximou-se de Mâsh e, quando todos ficaram em silencio, ele falou para que todos ouvissem:
“Que os deuses e nossos antepassados orgulhem-se de seus filhos, pois hoje nós tivemos a formação de mais um de nossos guerreiros!”
Com isso, ele pega uma adaga em brasa e faz um intrincado símbolo místico no ombro esquerdo de Mâsh que, apesar da dor lancinante, não emitiu nada mais do que um leve e inaudível grunhido de dor.
“Hoje você tornou-se um Guardião dos Corvos, Mâsh. Nossos antepassados regozijam-se nesse momento. É hora de comemorarmos!”
E assim, o restante da noite é de comemoração para os Goliaths dos Montes Alvos, clã dos Corvos Seculares.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
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Ai Marco ta escrevendo muito bem!
ResponderExcluir:D Mais um pro seleto grupo HAUHAUAHUHAU da hora o texto marco :D
ResponderExcluirmeus dois parágrafos mal escritos se transformaram nisso. Que orgulho!
ResponderExcluirficou foda
Valeu pelos comentários galera! Pois é Júnior, os dois parágrafos, embora sucintos, continham todo o necessário para darmos "asas" à criatividade... que nem RedBull... hehehe!
ResponderExcluirRealmente Marco, ficou muito bom o texto!
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