terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Paella, O Eladrin Lâmina Prateada


A Floresta da Lua ocupa uma grande porção do reino de Iggspur, a sudeste da capital. É um local calmo e pacato, sem os perigos que outros bosques e florestas apresentam. Sendo o lar de uma cidade élfica e de um portal feérico dos Eladrins, os monstros que erravam por entre as árvores foram procurar outros locais menos perigosos para viver. Então, a floresta era segura e as crianças de ambas as raças viviam alegremente na região.

Na cidade brilhante de sua raça, Paella teve uma infância feliz.
Passava os dias da primavera e verão brincando com seus 2 irmãos e suas 2 irmãs por entre as árvores da Floresta da Lua, o local no Plano Material onde se localizava o portal feérico que dava acesso ao plano de sua cidade mística. Nos dias de inverno, ficavam mais em casa, pois o frio era intenso na floresta. No outono, uma época de muitas chuvas, adorava ficar brincando na lama com as crianças Eladrins e élficas.
Era uma infancia feliz.

Mas esses dias ficariam para trás. O Festival das Flores desse ano coincidia com a passagem de várias crianças Eladrins à adolescência. Era a idade em que passavam a ter algumas responsabilidades.
Durante 5 dias a região foi palco de uma grande festa. O Rei Iliadas, chamado como o Rei dos Humanos, foi uma das autoridades convidadas a participar da festa. Também vieram os anões de Kazhadûm e druidas dos reinos vizinhos. Foi realmente uma grande festa.

Mas no dia seguinte ao final da festa, o ritual de passagem estava sendo realizado. Dentre as 10 crianças que seriam emancipadas naquele dia, estava Paella .

A longa cerimônia durou o dia todo e só quando a lua estava no ponto mais alto do céu estrelado, é que o Orador da Lua levantou-se de sua confortável cadeira (onde permaneceu ao longo de todo o dia) e, tendo diante de si as 10 crianças enfileiradas, concluiu o ritual.

"Ó Alhanna, deusa da Luz prateada! Sua benção e amor são implorados nessa hora para guiar o destino desses nossos filhos. Hoje deixam a infância, e passam a ser homens e mulheres que guiarão o futuro de nós todos, Ó Alhanna!"

Um feixe de luz prateada é refletido milhares de vezes por um prisma no cajado do Orador da Lua, criando uma miríade de luzes e cores no salão.

O Orador então, designa a cada um dos emancipados o que farão daquele momento em diante. Quando chega a vez de Paella , ele fala:

"Paella , filho de Wullgor e Helenna. O que Alhanna lhe reserva. Revele." - nesse instante um raio de luz prateada que passa por seu peito torna-se de um lilás bem escuro. E o Orador logo entende a mensagem dada por Alhanna, Deusa Prateada:

"Sim, doce Alhanna. Ó, um grande destino o aguarda! Paella , nossa querida deusa escolheu-o como um dos seus braços direitos. Poucos têm essa honra. Ao longo de sua infância, em suas brincadeiras, você foi observado. Sua grande agilidade, perspicácia e habilidades furtivas, chamaram a atenção de Alhanna. A partir de amanhá você será treinado para ser um dos LÂMINAS PRATEADAS DE ALHANNA."


Paella apenas faz uma reverência ao Orador, que passa então à próxima criança. Quando pensa poder voltr para junto de seus pais, um Eladrin com olhos lilases e usando um corselete de couro negro o pega pelo braço:

"Paella , eu sou Elian, instrutor chefe dos Lâminas de Alhanna. A partir de hoje, sua casa será nosso alojamento de treino. Apenas despeça-se de seus pais e nós iremos embora." - e solta o braço do garoto.

Paella ainda meio aturdido, aproxima-se de seus pais que o abraçam e beijam-no nas bochechas. Eles falam do orgulho que sentem pelo destino do filho e dizem para que não desista. Quando o treinamento terminar, ele poderá voltar para casa.

E assim, Paella parte naquela mesma noite, acompanhando os passos rápidos e hábeis de Elian. O futuro incerto, mas determinado a honrar o destino que a deusa lhe confiou.

(Horven) Decorridos 3 meses: Esmaga-Crânios!


Tudo parecia fácil naquela noite. Sim, faria uma arma perfeita e que os seus inimigos temeriam.
Horven pensou em fazer essa arma o melhor e mais rapidamente possível, para iniciar logo os treinamentos religiosos e de combate.
Mas as semanas foram passando, e seu avô mostrou-se tão rígido e inexorável quanto a maior fortaleza anã. Ele sempre encontrava um defeito: desbalanceada, muito grande, muito pequena, muito fina, muito grossa, pouco resistente e uma infinidade de outras variações que encontrava.
Horven já estava muito frustrado. Os pensamentos de batalhas faziam com que sua ansiedade fosse às alturas, e muitas vezes levou um tapa na orelha de seu avô, quando o pegava vagando por entre mil pensamentos. Os tapas sempre eram seguidos por algumas palavras duras: "Pára de pensar e trabalha fedelho! Se não aprender a fazer sua arma, não vai a lugar algum!"

Três meses haviam passado e a saudade de seus pais fazia com que sofresse ainda mais. Talvez se estivessem ali, seu avô não fosse tão rigoroso. Mas a carta que chegou alguns dias antes lembrou que por mais algumas semanas Horven estaria sozinho com seu avô, pois seus pais ainda encontravam-se no distante reino de Khara-kan, no extremo leste do continente.

Naquela noite, Horven tinha dificuldade em dormir. Ficou lembrando de seu pai, e um pensamento lhe chamou a atenção. Foram palavras que uma vez seu pai lhe passou e que, naquele momento, pouco sentido fizeram. Mas agora, finalmente Horven entedeu e compreendeu o que precisava fazer para finalmente agradar seu avô.
Ele deu uma gargalhada quando lembrou-se:

Um grande artificie armeiro de nossa família, Horven, terá dois momentos importantes em sua vida. O primeiro deles é quando constrói a sua própria arma. Naquele momento, ele deve doar parte de seu coração e de sua personalidade. Naquele exato instante, Moradin abençoará a união do seu filho com sua arma. Se não houver essa doação por parte do artíficie, não haverá a benção de Moradin. E o outro momento, é quando esse artíficie doa o restante de seu coração e personalidade para confeccionar a sua última obra prima. Esse será o último trabalho que fará. Não há um momento exato para isso, apenas saberá que é o momento. Que chegou a hora escrita em seu destino. E isso, pequeno Horven, você sentirá em seu coração.


Uma semana depois, Horven estava preparado. Descobriu que toda a força adquirida no malhar dos minérios deve ser equilibrada e utilizada de forma adequada. E isso, aprendeu na arte de construir uma arma. Os golpes vigorosos do malho, foram substituídos pela precisão e equilíbrio da modelagem de uma lâmina em brasa.
Naquele dia, após um intenso trabalho de avaliação, sabia que seu avô não teria como desaprovar aquele trabalho.

O momento havia chegado. O velho Huller pegou o martelo e avaliou-o com um olhar escrutinador. Procurou defeitos em qualquer detalhe. Mas não havia encontrado nada. Lançou um olhar desconfiado, frio e carrancudo para o seu neto, que apenas olhava a inspeção com os braços cruzados à frente do corpo.
Depois, o velho mestre de guerra gingou a arma de um lado ao outro. Desferiu golpes em inimigos imaginários e aparou contra-golpes invisíveis. Como ficou em silêncio, balançando o martelo ao lado do corpo, Horven sabia que não havia encontrado defeitos em seu manuseio.
O velho passou a arma ao seu neto e pediu que desse três golpes vigorosos na enorme bigorna que ficava próxima ao forno que ardia em brasas.
Horven empunhou com orgulho seu martelo e desferiu um golpe. O mais potente que pôde. Em seguida, sem tempo para respirar, outro foi desferido e seguido por um terceiro.
Seu avô continuava a observá-lo friamente. Pediu a arma e avaliou-a novamente.
Enfim, emitiu a avaliação final:

"Esmaga-Crânios!"

Horven não entendeu rapidamente. Mas não passaram-se mais do que dois segundos para perceber que havia sua arma havia sido aprovada.
Seu avô abriu um sorriso após longos meses:

"Parabéns Fedelho! Você aprendeu a arte de nossa família. Agora é um artíficie armeiro de primeira qualidade. Tá forte e duro como uma rocha. Resistente como o Mithrill. E agora já sabe que teus golpes devem ter força e equilíbrio, para que não gaste sua força de uma vez só. Podemos passar pro próximo passo de seu treinamento. Mas antes, vamos para casa comemorar. Um barril da mais pura cerveja será aberto em homenagem a Horven e seu Esmaga-Crânios!"

E assim, Horven e seu avô vão para casa em uma noite que será de alegria para a família Coração de Ferro.

(Gilkan) 2 anos de Guerra: Sedução Demoníaca



Gilkan estava sozinho. Empunhava sua espada em frente ao corpo, resignado. Ao seu redor, vários paladinos e amigos mortos ou feridos.
Eles estavam no alto de uma colina. Haviam lutado o dia todo contra as hordas lideradas pelos Drows.
Até mesmo Rasshak havia ido lutar aquele dia, pois era a última esperança de Zanthar que naquele dia, naquele local, as forças inimigas fossem derrotadas. Se não ocorresse isso, então Iggspur seria devastada.
Ms tudo havia dado errado. As hordas cercaram a colina e também a cidade de Zanthar, de onde enormes colunas de fumaça erguiam-se ao céu em espiral. O céu estava alaranjado pelo pôr do sol.
Rasshak ainda respirava aos pés de Gilkan. Sabia que eram seus últimos momentos de vida. Mas ele puxou o jovem Tiefling, aquele que criou como se fosse seu filho, e sussurrou em seu ouvido uma única palavra: porque?

O Tiefling então levanta-se sobressaltado. Olha a espada que empunhava e ela estava molhada de sangue. Observa o campo ao seu redor, em um rodopio quase enauseante, e vê que os monstros espalhados no campo regozijam-se com a vitória conquistada, ao invés de atacarem-no. Eles riem para ele. Cumprimentam-no e gritam seu nome.
Gilkan sente uma presença ao seu lado e uma mão segura seu ombro. Ele vira a cabeça e vê que um demônio enorme está ao seu lado.
O demônio ri enquanto pisa no peito de Rasshak, numa posição de vitória, e fala com Gilkan:

"Muito bem Tiefling! Você cumpriu bem com seu destino. Agora você será um dos governantes do reino infernal que surge a partir de hoje. Juntando-se a nós, demönios, você estará ente os seus. Os humanos e as outras raças que habitam esse mundo sempre o desprezaram. Sempre o olharam como se fossem superiores a você. Sempre o trataram como um pária. Unindo-se a nós, as coisas irão se inverter. Os orcs, drows e outros monstros nos temem. Eles serão nossos servos, os humanos, anoes, elfos e outros que se opuserem a nosso reinado, serão mortos ou tornados escravos. Junte-se a nós, jovem Gilkan, e torne-se um Lorde com seu trono de ossos na mais alta colina de Iggspur. Seu futuro é conosco e não com humanos ou draconatos. Só unindo-se a nós é que você poderá reinar. Com os humanos, você será um pária para sempre! JUNTE-SE A NÓS!".

Nesse momento, Gilkan acorda em sua cama. Está suado, assustado. As imagens de Rasshak morto a seus pés, e ele sendo o assassino, o levam às lágrimas. Ele procura se controlar, mas teme dormir novamente e enfrentar um novo pesadelo.

Na manhã seguinte, ele sai da tenda em meio a várias outras que formam o acampamento do exército de Zanthar.
Ele vai até a beira da colina, e vê nos campos abaixo a horda inimiga espalhada e adormecida.
O jovem Tiefling ainda está aturdido por ter entrado na guerra tão subitamente. Há apenas 10 dias cuidava da loja de sua família. E hoje está lá, lutando ao lado de vários paladinos de Bahamut, contra tropas de orcs, goblins e gnolls.
Rasshak chega ao seu lado nesse instante:

"Bom dia Gilkan! Observando a paisagem, hahaha! Hoje levantaremos acampamento e voltamos para Zanthar. O mensageiro retornou e disse que as vilas e fazendas próximas à cidade foram evacuadas. Nossa missão aqui terminou."

Gilkan não tem coragem de olhar o amigo nos olhos. Apenas assente com a cabeça, mas fica em silêncio. O draconato, então, dá dois tapinhas amigáveis nas costas do seu jovem amigo:

"Tudo bem Gilkan, eu sei como é duro quando nos damos conta de quão cruel é uma guerra. Fique a vontade para refletir. Eu estarei preparando nossa partida, caso queira conversar."

Rasshak deixa Gilkan sozinho, respeitando os sentimentos do jovem Tiefling. Ele não percebe as lágrimas de Gilkan. O tiefling pensa em se deveria comentar seu sonho com o amigo, mas não tem coragem de fazê-lo naquele momento.
Ele só pensa na proposta feita, e pensa se aquilo foi real ou se foi apenas um sonho.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

(Horven) Os primeiros meses de treino...


Ao final de mais um dia de trabalho malhando vários tipos de materiais, o avô de Horven aproxima-se dele na forja e observa o neto por um longo tempo.

"Que foi agora? Tô fazendo errado alguma coisa vô?"

"Não fedelho! Tava vendo que tá na hora de iniciar a fase dois do teu treinamento. Vamô pra casa que tua mãe chegou hoje e deve tá fazendo um belo rango! HAHAHA!"

Horven alegra-se com a notícia da chegada de sua mãe e parte rapidamente para casa.
Durante o jantar, Horven apenas observa e escuta seus pais conversando com seu avô sobre a evolução no treinamento dele:

"O garoto tá pronto pra evoluir no treinamento, filho! Viu com tá mais forte?"

Mesmo seu Avô dizendo que ele ficou mais forte, não reparou que seus músculos cresceram. Nisso, ele fica se observando. De fato moldar tantos minérios fez seu corpo aprimorar-se e então finalmente entende que o treinamento de seu Avô tem seus fundamentos. Nenhum Anão iria começar a treinar com um corpinho miúdo, fica a imaginar que outros jovens também passariam por uma iniciação parecida ou com o mesmo intuito.

"Verdade! Então amanhã já pode começa a nova rotina de treinamento." - responde o pai de Horven, com um tom de orgulho.

A mãe intervém um momento:

"Mas ele deve também ser disciplinado nos dogmas de Moradin! Não esqueçam disso!"

"Ah, mulher, pra que isso? Se souber golpear com um machado, é só seguir a linha de combate e brandir o machado! HAHAHAHA!"

"Ah, sim! Não quero meu filho um simples guerreiro. Ele deve levar esperança e liderança aos companheiros que lutarem ao seu lado! Ele deverá honrar o seu finado avô materno, meu pai, que Moradin o tenha ao seu lado!"

"Mas... "

Não adiantava Cadric argumentar mais, pois como sempre, a última palavra na casa era de sua amada esposa, Ryswin.

"Não tem mais nem menos mais! Ele deve treinar as duas coisas, ou não treinará nada! Já falei!"

"ARGH! Tá bom mulher! Ele vai treinar as duas coisas. Então, ele fica os próximos 6 meses aprendendo a manufaturar uma arma e depois começa o treino religioso. Que inferno!"

Ao ouvir seu pai afirmar o que viria a seguir em seu treinamento, Horven teve que conter sua euforia. Ele faria sua própria arma! E sabia que depois disso, quando ela estivesse pronta, finalmente o verdadeiro treinamento iria começar.
Mas a emoção que sentia foi maior do que esperava, e levantou-se, desenbestado, para abraçar seus pais.

"Obrigado mãe e pai, não vão se decepcionar comigo!" - dizia ele, infantilmente enquanto abraçava seus pais.

Nisso, seu Avô só ficava encarando-o, desaprovando a cena moleque ao qual faz. Seus pais foram pegos desprevenidos, sem tempo de reagir, mas não condenaram a reação do seu filhote.

"Muleque, é assim que vai ser quando estiver em batalha? Correr que nem um bobo alegre? Olha pra você, apenas um rato franzino que os Orcs Mãos de Sangue adorariam saborear! Ainda tens muito a aprender!" - dizia seu Avô enquanto cruzava seus braços na cintura. "Ouviu sua mãe, continuará comigo por mais 6 meses e só depois, se EU aprovar, fará o que Ryswin ordenou."

"Sim vô, entendi muito bem. Farei a melhor arma que estiver em minhas capacidades."

O resto da noite, momento raro de descanso para seus pais, passa bastante agradavelmente. Comem e bebem regados a muita conversa amigável. Seus pais contam suas proezas recentes em batalhas, os olhos de Horven brilham de emoção, fica imaginando se fosse ele que estivesse pelejando, desafiando inimigos valorosos, temer pela sua vida, o calor do combate. Mal pode esperar por esse momento. Tudo a seu tempo. Seus pais e Avô não seriam doidos de enviá-lo a frente de combate sem ter certeza que ele é capaz de agüentar toda a pressão que uma guerra impõe.

E seu pensamento final, naquela noite emocionante antes de dormir, foi na arma que iria fazer: realmente a melhor arma e ficar tão bom que seus inimigos tremerão ao simples vislumbre de sua força.

Horven Coração de Ferro!


Iggspur é lar de um dos maiores clãs de anões de todos os reinos.
O Clã Martelo de Ferro criou uma enorme cidade subterrânea chamada Khazadûm. O coração dela é um salão de caverna natural de mais de 3 km de raio e 600 m de altura.
De Khazadûm partem rotas comerciais para diversas outras comunidades anãs espalhadas pelos reinos e também para a superfície.

Horven Coração de Ferro é fruto de um amor entre um guerreiro anão, famoso por dezenas de vitórias contra hordas de Orcs e de uma clériga devotada a Moradin, que também lutou em muitas batalhas. E foi em um desses combates, que ambos conheceram-se e apaixonaram-se.
Ainda criança, Horven passava a maior parte dos seus dias com seu avô. Seus pais geralmente estavam em viagens comerciais ou em combates longe de casa. Assim, coube ao avô, já veterano de guerra, educar o pequeno que manteria as tradições da família Coração de Ferro.

Quando iniciou a adolescência, ganhou de presente de seu avô um martelo de ferreiro. Seus pais, após dois aniversários longe de casa, estavam presentes naquele dia.
Seu velho avô disse, quando Horven fez um muchocho ao ver que o presente era um martelo:

"As tradições de nossa família foram construídas pelo grande artíficie Moradin, meu rapaz. Seus antepassados sempre foram grandes ferreiros e armeiros, e antes de 'cê pensar em empunhar um machado e um escudo em um combate, deve ter força e resistência para desferir golpes e aparar os contra-golpes. Assim como seu pai, você trabalhará em um forja até que esteja pronto para o combate."

"Mas vô, eu preciso aprender a lutar. Preciso aprender a manusear um machado. Esse martelo aqui não vai me servir pra nada!"

"Tudo no seu tempo! Você tá saindo da infância hoje! Terá um longo tempo até que esteja preparado. Quando tiver força suficiente para golpear por três vezes seguidas com o machado, sem perder a força, então poderá passar para um novo nível. Até lá, vai pra forja!"

Horven tentou mais algumas vezes argumentar, mas tudo em vão.
Aquele dia foi uma grande festa em sua casa. Familiares de longe vieram comemorar sua recém adolescência, e isso fez com que ele se esquecesse, pelo menos naquele dia, dos compromissos que teria dali em diante.

Na manhã seguinte, logo cedo, foi despertado pelo avô e levado até a forja da armoaria da família.

"Hoje você terá a primeira lição" - Horven percebe que seu avô já o trata de forma menos amorosa. Primeiro sinal de que seu treinamento começou. "Um anão deve saber como malhar o material de sua arma. Pode ser ferro, ouro, aço, mithrill ou qualquer outro material. E isso, você aprenderá a partir de hoje."

E então, inicia-se um período de quase 6 meses em que Horven não faz outra coisa em seus dias a não ser malhar vários tipos de materiais com seu martelo ganho no dia em que completou 52 invernos (cerca de 13 anos humanos).

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

(Gilkan) As lições do velho Rasshak


Naquela noite, após fazer um refeição em sua casa, Gilkan foi encontrar Rasshak em sua residência. O draconato morava em um casa confortável na parte mais alta da cidade. Quando chegou lá, encontrou o paladino fumando seu cachimbo, sentado em seu jardim.

"Boa noite mestre Rasshak! Posso sentar ao seu lado?"

"Boa, Gilkan! Claro, venha. Já preparei o fumo em outro cachimbo para você!"
- Rasshak deixa um lado do banco de mármore para o jovem bruxo, e lhe estende um cachimbo.

Após um tempo ali sentados, fumando em silêncio, observando a bela noite estrelada que prenunciava os dias frios de inverno que se aproximavam, o paladino pergunta:

"Então rapaz, pensou na pergunta de hoje? Chegou a alguma conclusão?"

Gilkan, poderia-se dizer, ruborizou por não ter chegado a uma resposta. Apenas meneou a cabeça em negativa.

Rasshak riu daquilo.

"Hum. Aposto que pensou ser fácil achar uma resposta ne? Bem, meu caro amigo, eu também não sei a resposta para essa pergunta! Como julgar o que é o bem e o que é o mal? Nossos ancestrais, como você sabe, eram inimigos ferrenhos. Dois impérios que lutaram por séculos, e que se destruíram mutuamente! De um lado, minha raça dizia defender o bem! Que os Tieflings eram a encarnação do mal! De outro lado, a sua raça dizia que os Draconatos eram o mal, e que sua destruição era necessária para acabar com a opressão e a escravidão das outras raças! Onde está o mal e o bem nesse caso?"

Rasshak fuma mais um pouco, deixando que o jovem companheiro refletisse sobre suas palavras. Depois, como satisfeito, continua:

"Na Guerra que acontece há mais de 1 ano, Gilkan, onde está o bem e onde está o mal? Para nós, que estamos de um lado dos envolvidos, o bem está em mantermos nossa liberdade de vida, de escolhermos nossa religião e de guiarmos nosso destino. Em defendermos nosso lar e também aquilo que acreditamos ser o certo. Mas será que se tivéssemos um rei tirano e opressor, ainda defenderíamos as mesmas idéias que defendemos hoje? Será que estaríamos lutando pelo BEM ou estaríamos lutando contra o MAL? O bem e o mal serão sempre faces de uma mesma moeda Gilkan. Tudo dependerá do lado em que você está! Você deve escolher o que é certo, que é o bem, por aquilo que você acredita! Deverá encontrar a resposta, caso a caso, dentro de seu coração. Não haverá uma resposta única Gilkan, nisso pode acreditar! Mas ela sempre estará dentro de você!"

Rasshak dá um sorriso e um leve soco no braço do Tiefling, um claro sinal de que o que ele tinha pra ensinar naquela noite, já havia sido feito. Agora, era só curtirem a paz que havia naquela noite.
Uma paz que Zanthar não vivia havia meses, ante os contantes ataques dos Drows.

(Gilkan) Entrando na adolescência...


Ghildan não se conformava com a morte de sua esposa.
Já havia passado quase 6 meses desde a data fatídica. A Guerra ganhava força e diariamente as tropas de Zanthar enfrentam os inimigos.
Ghildan, buscando vingança, havia se juntado ao exército e sempre que podia estava no campo de batalha.
Rasshak, conversou com ele certa noite. Abriu seus olhos pelo fato de estar obcecado pela vingança e que, por isso, não tinha mais dado atenção ao seu filho.
Ghildan, num acesso de fúria, disse ao draconato que se quisesse, que ficasse com Gilkan. Ele não tinha tempo para criar um fedelho.
Rasshak deu de ombros, pois sabia que aquelas palavras não eram verdadeiras. Sabia o quanto a morte da esposa havia afetado seu amigo, por isso resolveu deixar as coisas acalmarem.
Os dias passaram e Gilkan sentia falta do pai, que dia após dia, ficava cada vez mais ausente. Assim, não pode ver os primeiros sinais das habilidades arcanas do jovem Tiefling manifestarem-se. Rasshak, pelo contrário, sempre guiava Gilkan, procurando lhe mostrar o que era certo e o que era errado.
O velho paladino, logo pela manhã, fazia uma pergunta ao Tiefling. Deixava que ele refletisse sobre ela o dia todo, e a noite, sentava-se com o rapaz e conversava sobre as reflexões realizadas sobre a pergunta.
No início, eram perguntas simples, que visavam apenas preparar o raciocínio do jovem aprendiz. Mas nesse dia em especial, uma pergunta deixou o jovem intrigado.

“Bom dia jovem Gilkan!”

“Bom dia velho mestre, tudo bom?”

“Sim, tudo bom! Estou indo para o quartel-general resolver alguns assuntos. Mas hoe tenho uma pergunta mais filosófica pra você: o que é o bem e o mal?”

Ele deu dois tapinhas no ombro do rapaz, e com um sorriso em sua bocarra, deixou o Tiefling terminar seu café da manhã.

“Hum... essa será fácil responder” – pensou Gilkan. Mas logo viu-se diante de um enigma, pois não conseguia encontrar as respostas certas para nenhum dos termos. Sempre havia uma dúvida.

E assim, enquanto trabalhava na loja da família, ficou pensando longamente sobre o quê o velho Rasshak queria lhe ensinar com aquela pergunta.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O jovem Tiefling Gilkan!

O pequeno Tiefling, chamado Gilkan, morava com seus pais em Zanthar onde tinham uma loja de especiarias.
Seu pai e sua mãe eram arcanos que viajavam bastante em busca de produtos para sua loja e também para ir atrás de antigas lendas e tesouros. Mas o tempo que podiam dedicar ao filho, dedicavam com todo amor.
Nessas ausências, era comum que Gilkan e os negócios da família ficassem sob os cuidados de um velho draconato, paladino da Ordem dos Dragões Prateados, chamado Rasshak.
Muitos não compreendiam essa inusitada amizade entre Tieflings e Draconato, pois a história de ambas as raças foi marcada por infindáveis guerras. Mas Rasshak, em uma ocasião, foi salvo pelos pais de Gilkan, e dessa gratidão de vida, nasceu uma amizade verdadeira, que supera qualquer herança racial.
O pequeno Gilkan tinha 13 anos quando a Guerra das Hordas de Underdark teve início.
Por ser uma cidade fronteiriça com o reino de Agramar, Zanthar logo colocou-se de prontidão, pois era sabido que na fronteira entre os dois reinos, haviam muitas cavernas que levavam ao mundo subterrâneo.
Os primeiros dias seguiram tensos, mas não houve ataques.
Rasshak passava muitas horas no templo, treinando novos membros da Ordem de Paladinos. Ele estava velho para ir à campo, se fosse necessário, mas ainda tinha muito a ensinar aos novatos sobre o manejo de armas e os dogmas de Bahamut, o amado deus dos Dragões Prateados.
Após 15 dias sem ataques, o Barão Valnir decide montar uma equipe de investigação. Essa equipe teria como missão levantar a veracidade sobre essa Guerra que rumores haviam dito existir, mas que até aquele momento nada confirmava. A mãe de Gilkan foi uma das escolhidas para essa missão.
Assim ela partiu, com outros 8 companheiros.
Três dias depois o grupo retornava. Dos que partiram, apenas um guerreiro e um clérigo retornaram, ambos muito feridos. Os demais morreram lutando contra Ogros, Trolls e Drows. Havia Guerra, então!
Gilkan chorou pela primeira vez. Não acreditava que sua mãe havia morrido. Ela sempre voltava de suas viagens, por mais difíceis que fossem. Então ele decidiu: eles estavam enganados, ela retornaria.
Ficou a noite toda daquele dia nas muralhas, olhando para a estrada que levava à cidade. Ela não apareceu.
Durante a longa noite, Rasshak, condoído pelo sofrimento do pequeno Tiefling, ficou ao seu lado. Ele compartilhava dor semelhante ao de Gilkan, pois não pôde cumprir com sua dívida de vida. Stefany havia perecido, e ele não estava perto para lhe ajudar.
Mas o draconato, ao olhar para a constelação de Bahamut, que brilhava intensamente no céu negro, prometeu que daquele dia em diante, cuidaria do pequeno Gilkan e lhe ensinaria o caminho dos justos. E o velho paladino pensou ter visto a imagem de sua querida amiga Stefany ao lado da constelação, sorrindo em aprovação.
De manhã, Rasshak levou Gilkan para casa. O pequeno Tiefling havia adormecido, após chorar a noite toda esperando pela volta de sua mãe. E isso, infelizmente, não aconteceria!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A fronteira Leste do reino de Iggspur


Zanthar! A cidade-fortaleza da Ordem dos Dragões Prateados
 A Cidade de Zanthar
Zanthar é a cidade do reino de Iggspur que fica mais próxima da fronteira leste. A menos de meio dia de viagem fica a fronteira com o reino de Agramar.

Ela formou-se no entorno de uma antiga fortaleza, no alto do Pico das Estrelas. Uma montanha solitária na planície leste do Reino, de onde as tropas podiam guardar o Desfiladeiro da Névoa.

Com o crescimento da cidade e constantes ataques de monstros, o Rei autorizou que o barão que comandava a fortaleza, ampliasse as muralhas desta, para envolver a principal parte da cidade. Essa proteção nova favoreceu a ampliação da influência da cidade no reino, pois tornou-se muito visitada por caravanas vindas do sul (com mercadorias vindas do porto Blacksand) e do reino de Agramar.

Governo e Situação Atual
Após a eclosão da guerra contra a HORDA NEGRAZanthar tornou-se porto seguro para todos os refugiados da região, e também daqueles vindos do reino vizinho. O natural inchamento populacional, com uma miscelânea de raças, enfraqueceu muito o comando do Barão de Zanthar.

Mas a ordem foi restabelecida quando o comando da cidade foi passado para a Ordem de Paladinos dos Dragões Prateados. Fervorosos seguidores dos dogmas de Bahamut, os paladinos estabeleceram um comando de pulso firme, baseado na justiça e na igualdade entre todos os moradores.
Suas fileiras cresceram, e hoje são os responsáveis por manter os exércitos inimigos longe da fronteira leste do reino.

A cidade, em si, pouco produz para a economia do reino. As antigas rotas comerciais ainda são policiadas e utilizadas algumas vezes. A parte mais oriental das planícies cultiváveis tornaram-se improdutivas, banhadas que foram pelo sangue de milhares de combatentes que se enfrentaram no início da Guerra.

O comércio ainda é a principal fonte de renda da cidade-fortaleza de Zanthar. Mas longe dos dias de glória que viveu.

A Traição dos Tieflings
A cidade fortaleza foi um dos principais palcos do que ficou conhecido como A Traição dos Tieflings.
Dois anos após o início da guerra, os Drows, principais líderes invasores, viram-se impotentes em capitular as defesas de Iggspur.

Todas suas tentativas esbarravam na tenacidade do povo daquele reino emblemático, principalmente, nos guerreiros humanos e draconatos que defendem até hoje a fronteira leste.

Como alternativa para tentar alquebrar as defesas Iggspurianas, os conjuradores negros de Lolth invocaram uma hoste de demônios para aterrorizar os inimigos. Dezenas dessas criaturas abissais responderam ao chamado dos invocadores, e não demorou para que iniciassem seus ataques.

Sabendo que uma grande população de Tieflings estava pela região, moradores de Iggspur ou refugiados de Agramar, os demônios utilizaram seus poderes e seduziram muitos desses Tieflings a se unirem aos Drows. Outros, resistiram e não foram seduzidos.

A partir daí, os exércitos de Zanthar passaram a ter vários revezes nos combates ao longo dos meses seguintes, sem que os comandante soubessem os motivos dessas derrotas.

Quando tudo parecia perdido, com as tropas inimigas chegando aos portões da cidade, a traição dos Tieflings foi descoberta. A população da cidade revoltou-se e realizou uma verdadeira caça às bruxas. Caçaram os Tieflings indiscriminadamente. Não importava se tinham ou não participado da traição, eram caçados e executados. Alguns afortunados, por terem defensores de sua pele, foram poupados. A população, mesmo que derrotada pelos exércitos inimigos, teria sua vingança contra aqueles que lhes traiu.

Zanthar lutou por sua sobrevivência durante longos 7 dias e 6 noites, até que os inimigos decidiram não mais lutar ali. Perceberam que era impossível quebrar as defesas da cidade naquele momento. Assim, partiram.

Zanthar sobreviveu! E a história da Traição dos Tieflings espalhou-se rapidamente pelo reino. Essa raça de antigos seres abissais passou a ser execrada e humilhada em todo o reino. Há desconfiança generalizada entre os Iggspurianos de que, em algum momento, o lado demoníaco deles poderá torná-los seus inimigos. E quando isso ocorrer, cada morador de Iggspur estará preparado com um punhal, pronto para matar um Tiefling.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Como tudo começou...

Uma guerra eclodiu no reino de Iggspur!
Uma legião de Drows emergiu das profundezas da terra liderando hordas de goblins, Orcs, hobgoblins e outras temíveis criaturas emersas dos Subterrâneos.
Com eles, destruição, morte e devastação!

Após as primeiras vitórias, uniram-se a eles Illithds, Trolls e Gigantes. Os Drows, com sua inquestionável astúcia e perícia como negociadores, ampliavam seus exércitos e atraiam cada vez mais aliados.
Os povos livres, como se autodenominavam os inimigos dos Drows, chamaram esta força invasora como A HORDA NEGRA!

As populações camponesas, oprimidas pelos invasores, correram para as grandes cidades humanas, que cercadas por enormes muralhas, serviam como locais de refúgio.
Os reis humanos pediram ajuda aos elfos, mas foram rejeitados. Os elfos não haviam sido atacados. E a discriminação sofrida nas últimas décadas marcavam as novas gerações da raça. 
Além disso, acreditavam que se não se envolvessem na guerra, suas florestas manteriam-se livres do ódio Drow, seus primos negros.

Os humanos, então, recorreram aos anões, que os tendo como principais clientes de seus minérios, aceitaram a aliança e começaram a lutar contra as hordas subterrâneas.  Então, essa frágil aliança iniciou pequenas escaramuças e algumas vitórias animavam a moral das tropas.

Mas as coisas voltaram a piorar, quando algumas traições ocorreram dentro dos próprios reinos humanos. Ambiciosos com promessas dos drows, alguns reis humanos viraram-se contra seus aliados. Tieflings, tentados com promessas de demônios escravos dos Drows, também traíram a pouca confiança que haviam conseguido ao longo dos anos.

As coisas pioravam a cada dia, e os elfos continuaram sendo imparciais, não querendo abandonar seus lares na floresta.

Os anos passaram, e a HORDA NEGRA avançou com suas tropas. Reinos foram totalmente dizimados. Raças praticamente deixaram de existir, sendo que alguns poucos refugiados chegaram ao reino de Iggspur, como gnomos e halflings.

Os anões mantiveram-se ao lado dos humanos, embora tenham perdido muitos de seus reinos sob as montanhas. Eles honravam sua aliança com os humanos, e não deixariam seus aliados lutarem sozinhos! Draconatos uniram-se aos povos livres, pois se viram jogados nesta ebulição e seus antigos lares já destruídos pelas guerras seculares contra Tieflings e contra seus próprios irmãos. Os Eladrins também uniram-se na guerra contra os Drows, pois os portais para seu plano celestial estavam ameaçados pelo avanço dos Orcs e Gnolls pelas florestas de Iggspur.
Em Korzus, reino vizinho de Iggspur, os 4 portais que os Eladrins possuíam foram destruídos e até mesmo algumas de suas belas cidades cintilantes haviam sido atacadas.

Então, após longos 10 anos de guerra constante, apenas o Reino de Iggspur mantinha-se livre do domínio das Hordas Drows. Os anões de vários outros reinos, vieram também para as minas anãs de Iggspur. Esse tornou-se o bastião de defesa de todos os povos que ainda eram livres.

Iggspur era um reino de maioria humana, que mantinha uma Ordem de Cavaleiros poderosos, guiados por juramentos que os tornava quase imbatíveis em combate. Seus magos, poderosos conjuradores, eram temidos pelos inimigos. Duas Ordens de Paladinos também engrossavam as fileiras do Reino, e estas Ordens cuidavam das fortalezas que ficavam nas fronteiras ameaçadas, que não ficavam a mais do que 2 dias de viagem da capital, Zarafir.

Durante 10 anos Iggspur resistiu.  Mas então, ficou cercada. Não havia para onde escapar.