O pequeno Tiefling, chamado Gilkan, morava com seus pais em Zanthar onde tinham uma loja de especiarias.
Seu pai e sua mãe eram arcanos que viajavam bastante em busca de produtos para sua loja e também para ir atrás de antigas lendas e tesouros. Mas o tempo que podiam dedicar ao filho, dedicavam com todo amor.
Nessas ausências, era comum que Gilkan e os negócios da família ficassem sob os cuidados de um velho draconato, paladino da Ordem dos Dragões Prateados, chamado Rasshak.
Muitos não compreendiam essa inusitada amizade entre Tieflings e Draconato, pois a história de ambas as raças foi marcada por infindáveis guerras. Mas Rasshak, em uma ocasião, foi salvo pelos pais de Gilkan, e dessa gratidão de vida, nasceu uma amizade verdadeira, que supera qualquer herança racial.
O pequeno Gilkan tinha 13 anos quando a Guerra das Hordas de Underdark teve início.
Por ser uma cidade fronteiriça com o reino de Agramar, Zanthar logo colocou-se de prontidão, pois era sabido que na fronteira entre os dois reinos, haviam muitas cavernas que levavam ao mundo subterrâneo.
Os primeiros dias seguiram tensos, mas não houve ataques.
Rasshak passava muitas horas no templo, treinando novos membros da Ordem de Paladinos. Ele estava velho para ir à campo, se fosse necessário, mas ainda tinha muito a ensinar aos novatos sobre o manejo de armas e os dogmas de Bahamut, o amado deus dos Dragões Prateados.
Após 15 dias sem ataques, o Barão Valnir decide montar uma equipe de investigação. Essa equipe teria como missão levantar a veracidade sobre essa Guerra que rumores haviam dito existir, mas que até aquele momento nada confirmava. A mãe de Gilkan foi uma das escolhidas para essa missão.
Assim ela partiu, com outros 8 companheiros.
Três dias depois o grupo retornava. Dos que partiram, apenas um guerreiro e um clérigo retornaram, ambos muito feridos. Os demais morreram lutando contra Ogros, Trolls e Drows. Havia Guerra, então!
Gilkan chorou pela primeira vez. Não acreditava que sua mãe havia morrido. Ela sempre voltava de suas viagens, por mais difíceis que fossem. Então ele decidiu: eles estavam enganados, ela retornaria.
Ficou a noite toda daquele dia nas muralhas, olhando para a estrada que levava à cidade. Ela não apareceu.
Durante a longa noite, Rasshak, condoído pelo sofrimento do pequeno Tiefling, ficou ao seu lado. Ele compartilhava dor semelhante ao de Gilkan, pois não pôde cumprir com sua dívida de vida. Stefany havia perecido, e ele não estava perto para lhe ajudar.
Mas o draconato, ao olhar para a constelação de Bahamut, que brilhava intensamente no céu negro, prometeu que daquele dia em diante, cuidaria do pequeno Gilkan e lhe ensinaria o caminho dos justos. E o velho paladino pensou ter visto a imagem de sua querida amiga Stefany ao lado da constelação, sorrindo em aprovação.
De manhã, Rasshak levou Gilkan para casa. O pequeno Tiefling havia adormecido, após chorar a noite toda esperando pela volta de sua mãe. E isso, infelizmente, não aconteceria!
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Muito legal o background do seu personagem Luiz!
ResponderExcluiro/