Mâsh entra na sala após o impacto com a porta. Ainda buscando reequilibrar-se, procura inimigos no local mas não vê ninguém. Em seguida entra Horven seguido dos demais.
O aposento em que estão é uma caverna com paredes naturais formando um círculo irregular tendo um corredor a nordeste e outro a noroeste. À frente destes corredores, há barricadas de cerca de um metro de altura, feitas de pedras extraídas das paredes do local. Entre essas barricadas, praticamente em frente à porta de entrada, há outra, mas esta de barris de madeira. Quase no centro da câmara encontram os restos de uma fogueira e, ao redor dela, três colchonetes de palha, bem surrados e velhos.
“Que diabos é isso?” – pergunta Horven, posicionando-se próximo à uma das barricadas de pedras.
Northolt aproxima-se de um dos barris. Tira a tampa e vê que está cheio do areião avermelhado que cobre todo o chão do recinto. Com esse areião escorrendo entre os dedos, responde à questão do anão.
“Parece que é a entrada de uma guarnição dos Hobgoblins que o Mâsh comentou. Eles usam esses muros de pedra como proteção contra invasores...”
Herewald interrompe o meio-elfo.
“Seja quem for, esteve aqui a pouco mais de duas horas. Essa fogueira ainda tem um resquício de ter sido usada nesse tempo. E pegadas recentes parecem seguir pelo corredor à direita.” – completa o ladino, agora revirando os colchonetes em busca de qualquer sinal importante.
“Então vamos por lá!” – exalta Gilkan, estreitando os olhos para tentar ver na escuridão do corredor à frente.
Paella pega uma de suas tochas e a acende. Ele segue sozinho pelo corredor à direita, movendo-se silenciosamente, deixando os demais na câmara de entrada.
Mâsh apóia o machado no chão e debruça-se sobre ele, comentando como se pensasse alto.
“Porque tá cuidando desse jeito, se eu fiz um barulhão quando arrebentei a porta?”
Herewald, diante da lógica simples do bárbaro, não conseguiu segurar uma risada. Horven também riu e Northolt, mais sério, tentou fazê-los ficar em silêncio. Ao que o Goliath responde.
“Ué, é verdade! Se tinha alguém nos corredores, eles sabem que ‘tâmo aqui!”
Alheio ao que ocorria na câmara, Paella avança cautelosamente. Ele não ouve nada no corredor à frente, mas seu treinamento como um dos Lâminas Prateadas despertou uma espécie de sexto sentido que o avisava que algo estava errado. Ele parou e arremessou a tocha acesa alguns metros à frente no corredor.
A luz daquela tocha revelou, entre as sombras bruxuleantes, que aquele corredor em que estava abria-se em uma passagem mais larga. Lá, pequenas criaturas dracônicas estavam prontas para uma emboscada, protegidas por barricadas de pedras e barris, semelhantes às encontradas na entrada.
O Eladrin não pensou duas vezes e correu de volta para perto de seus companheiros, gritando no corredor.
“PESSOAL!!! TEM BICHINHOS AQUI!!!”
Embora fosse treinado como uma Lâmina, ele ainda era um Eladrin recém adolescente, e naquele momento a surpresa da eminência de um combate contra criaturas desconhecidas, e sozinho, aceleravam seu coração e faziam-no ter aquela atitude. Sabia que era infantil e inapropriada, mas o senso de sobrevivênica era mais forte e o fez agir sem pensar.
Atrás dele, só ouvia a comunicação das criaturas em uma língua que ele não entendia.
CONTINUA...
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