Paella, muito desconfiado – e porque não, frustrado por ter sido pego desprevenido – aumenta o tom de voz, procurando assim acordar seus companheiros:
“Aproxime-se mais da luz da fogueira estranho! Nós somos aventureiros e em breve vamos partir” – ele teve o pensamento rápido e não mencionou a missão em nome do Rei Ilíadas – “Se realmente vem em paz, fique a vontade e aproveite o fogo que ainda resta. Este grupo não fará qualquer mal a quem vem em paz!"
O Lâmina Prateada, agora com todos os seus instintos à flor da pele para defender-se de qualquer ataque, fica atento aos movimentos do homem e se apresenta.
"Eu sou Paella! Qual o seu nome? O que fazes sozinho neste local tão perigoso e a essa hora da noite?" – Paella está desconfiado de que aquele homem não esteja sozinho.
Antes que o estranho pudesse se apresentar formalmente, os demais despertam de seus sonos. Mâsh e Northolt prontamente põe-se em posição de defesa, com armas em punho. Não falam nada, apenas observam a cena.
Horven, cansado, apenas funga e resmunga algo ininteligível e vira-se novamente para continuar dormindo, sem perceber o que se passa ao seu redor.
Gilkan desperta com a mente envolta em sonhos, senta-se tentando entender o que acontecia no acampamento. A fadiga dos últimos dias de viagem em que pouco se dormiram, tornava difícil para o bruxo ter um reflexo mais apurado.
“O que houve? Quem é este forasteiro?”
O homem tira seu chapéu em um movimento sincronizado com sua reverência no momento em que se apresenta com movimentos graciosos de malabarismos e trejeitos circenses.
“Senhores! É com imenso prazer... para vocês, logicamente, que conhecem Marco Volo! Historiador, arqueólogo, mestre em heráldica, arcanismo e filosofia. Viajante, explorador de antigas ruínas lendárias. Museólogo e colecionador de artefatos e relíquias que fariam inveja para qualquer príncipe, Rei ou Rainha. Bardo, mestre na poesia e na música que encantam nobres multidões em toda Auriis. Ao dispor de Vossas senhorias!”
O longo monólogo introdutivo é encerrado com um último movimento sincronizado, devolvendo o chapéu à cabeça de Volo, quando ele novamente encontra-se em pé, ereto, com um sorriso branco que se destaca na barba negra que cobre boa parte de seu rosto.
Mâsh não fica muito impressionado com aquela demonstração de agilidade e malabarismo. Principalmente, por ter sido interrompido seu sono.
Demonstra, no tom de voz, certa irritação quando dirige-se a Volo:
“Homenzinho! Para com as palavras bunitas e diz logo que ‘cê qué?”
Volo não tem tempo para responder ao bárbaro, pois Gilkan, já bem mais atento e acordado, lembra-se:
“Sim, claro! O velho Rasshak já falou sobre ele, pessoal! Marco Volo é conhecido dos Dragões Prateados de Zanthar. Dizem que é um grande historiador e que sabe muito das histórias e intrigas que correm pelos reinos.” – brada Gilkan.
“Oh! Oh! Então minha fama me precede, senhores! Lisonjeado com suas palavras, ó Ser demoníaco... sem ofensas!” – fala o bardo com uma reverência para Gilkan.
O Tiefling ficou desconcertado com aquelas palavras proferidas por Volo. Pensou ter sentido um toque de sarcasmo e discriminação. Mas não teve tempo de retrucar, pois a avalanche de eventos era ininterrupta, como todos querendo, mesmo que tumultuada e atabalhoadamente, falar com o estranho.
“Pelo que posso ver, meu caro bardo, você é um viajante contumaz e deve estar repleto de histórias para contar. Chegue perto da fogueira e nos conte uma história de suas viagens e, quem sabe, do desenrolar da Guerra que escraviza os povos de Auriis?” – Northolt, já com sua espada embainhada novamente, aproxima-se e toma lugar ao redor da fogueira.
Paella, ainda desconfiado, permanece mais afastado e com os sentidos aguçados, tentando antecipar qualquer tentativa de uma emboscada.
Volo saca de seus bandolim, que estava preso às suas costas e se senta, sem cerimônia, ao redor da fogueira.
“Obrigado, nobres anfitriões! É com prazer que lhes contarei uma história, nova ou velha, feliz ou triste. Mas um ditado do reino de Malii é muito sábio em seus dizeres: “a barriga vazia e a garganta seca, são o deserto da sabedoria e das tradições orais dos antepassados”!
E abre um sorriso, com um olhar malicioso, tentando perceber se aquelas mentes haviam captado a sua intenção antes de iniciar qualquer declamação ou diálogo mais prolongado.
Tendo certeza de que o bardo está sozinho e de que não há perigo de uma emboscada, Paella relaxa um pouco e pega uma mochila que encheu com comida e bebida no posto avançado dos Garras Vermelhas:
“Pegue Volo! Coma e beba. Recarregue suas energias para poder nos contar suas histórias” – o Eladrin entrega ao bardo um cantil com vinho e pedaços de presunto defumado, frutas e pão.
Volo pega os alimentos com alegria.
“Ah, senhores, quanta gentileza! Uhnmm... parece muito apetitosa esta comida!” – ele cheira o presunto defumado e estala a boca em satisfação. “Então, aventureiros, eu já me apresentei mas ainda, tirando um ou outro, não conheço-os!” – ele dá uma mordida no presunto e aguarda a apresentação dos heróis.”
GIlkan, muito empolgado com a presença de um bardo tão famoso, levanta-se rapidamente e apresenta-se:
“Sou Gilkan Krafters. Filho de Stefany Forun e Ghildan Krafters. Cidadãos de Zanthar, a Fortaleza. Sou pupilo de Rasshak Slazz, Chanceler Paladino dos Dragões Prateados!”
Volo faz um leve aceno com a cabeça e um sorriso no rosto barbado, indicando que a apresentação foi suficiente.
O próximo a se apresentar foi o Eladrin, que mexia no fogo.
“Sou Paella, filho de Wullgor e Helenna. Vim da Floresta da Lua. Doutrinado pelos Lâminas Prateadas de Alhanna, devoto de Corellon. Vou por fim nos líderes das criaturas bestiais que invadiram minha cidade e trouxeram o caos ao equilíbrio na vida dos Eladrins.”
Volo, que acabara de dar um belo gole no odre de vinho, enxuga a boca com a manga de sua túnica enquanto balança o odre à sua frente em cumprimento ao jovem Paella.
“Bel... belas palavras meu jovem! Sim, MORTE AOS INFIÉIS! HAHAHAH! Adoro falar isso! Engraçado não acham?” – o bardo gargalha sozinho, já que os demais não chegaram a entender o motivo daquelas palavras.
O bárbaro, vendo que o círculo de apresentações continuava com ele, levantou-se empunhando seu machado e em posição de combate diz:
“Mâsh do Clã dos Corvos Seculares...”
O bárbaro olha para os ouvintes, que o observam curiosos, como se esperassem o complemento daquela frase. Mas ele sente que não precisa falar mais nada, já sabem seu nome e de seu clã. É o suficiente.
Northolt e Horven apresentam-se também e então Volo, mastigando ainda um pedaço de pão, pergunta:
“Então, Vós, que compartilhas o calor desta fogueira e o sabor desses alimentos com este humilde viajante, tem algum interesse específico na milenar história de Auriis ou de Iggspur? Há tanto a ser contado, que não há como eu poder escolher por mim mesmo.”
E assim aguarda que indiquem sobre o que querem ouvir.
“O senhor conhece o Chanceler Rasshak, dos Dragões Prateados de Zanthar?” – pergunta Gilkan, com saudades de seu mentor e pensando que talvez o bardo tenha notícias mais recentes sobre Zanthar e seu amigo, pois há mais de 5 meses não sabe sobre ele.
“Ah sim, jovem Tiefling, conheço sim o velho Rasshak. Um grande homem, pode-se dizer! Mas há alguns anos não tenho tido a oportunidade de compartilhar com ele momentos de descontração, fumando aquele cachimbo com ele no banco de sua casa que dá para ver boa parte da cidade de Zanthar.” – Volo responde.
Gilkan sente o coração apertado, pois suas lembranças ainda são bem recentes destes momentos em que no final da tarde ele reunia-se com Rasshak nesse velho banco e conversavam sobre os acontecimentos diários e os aprendizados do iniciante nas artes de feitiçaria. O jovem bruxo quase podia sentir o aroma das flores que espalhavam-se pelo jardim da bela residência do Chanceler. E também o cheiro inconfundível do fumo utilizado pelo draconiano, vindo diretamente dos reinos Draconianos. Eram momentos muito tranqüilos e que serviam para recarregar a energia física e mental.
Mas são tempos que ficaram para trás e o presente parece muito mais sombrio longe de casa e em uma viagem por caminhos infestados de inimigos.
Vendo que seu amigo não questionaria mais nada, Paella está curioso por informações sobre os inimigos que enfrentaram nas cavernas no dia anterior.
“Bardo, o que você sabe sobe os Garras Vermelhas? Nós tivemos alguns problemas com alguns deles no dia anterior!”
Volo faz uma careta como se buscasse as lembranças no fundo de sua mente e, depois de tomar um gole de vinho para fazer o pão e o queijo descerem garganta abaixo, fala:
“Bem, há cerca de 50 anos atrás, existia uma grande horda de Hobgoblins, Orcs e Goblins que assolava a região Norte de Iggspur e sul de Korzus. Eles chamavam-se As Garras Vermelhas da Destruição, ou do Destino, como diziam em Brindol. À época, os governantes dos dois reinos não tinham coragem, ou não queriam agir sozinhos, para enfrentar esta grande horda. Até que os Garras atacaram a cidade de Brindol com grande número de suas forças. Foi uma batalha épica. Os defensores da cidade resistiram ao sítio por mais de 15 dias. Mas tudo estaria perdido ao final da terceira semana se não houvesse a ajuda dos exércitos de Iggspur. Mas resumindo, no final os Garras foram expulsos e perderam seus principais comandantes, o que fez com que os clãs que formavam a grande horda se dissipassem na região. Os anos se passaram e então novamente se ouve falar na horda. Parece que o Hobgoblin de nome Sinruth se auto intitulou como comandante dos Garras Vermelhas, reunindo novamente membros para esta horda. Mas, para mim, sinceramente, esses atuais “garras” são uma pequena sombra da poderosa força militar que devastou a região como uma foice. Atualmente são um bando de goblinóides que ataca povoados desguarnecidos, aproveitando-se da grande guerra organizada e empreendida pelos Drows e Illithids. Quando as tropas de Sinruth vêem-se frente a frente com destacamentos militares de Korzus ou de Iggspur, eles fogem com o rabo entre as pernas e choramingando.” – ele toma mais um gole de vinho e continua. “Mas, aqui dou uma informação exclusiva para vocês. Embora estejam muito aquém do poder que já tiveram, parece que esse Sinruth tem, digamos, estrela! Seu carisma e determinação, dizem os rumores que ouvi, chamaram a atenção dos antigos membros dos antigos Garras Vermelhas da Destruição, e estão novamente se organizando para tentarem restabelecer o antigo poder que tinham. Além disso, Sinruth tem conseguido aliar-se com outros seres mais perigosos e que pode causar problemas num futuro próximo. Logo agora, que Korzus está conseguindo virar a mesa na Guerra contra as hordas dos Drows.”
Todos ficam em silêncio após as palavras do bardo, refletindo sobre aquelas novidades que não esperavam serem tão sérias.
Mas Paella ainda quer mais informações não demora muito para novos questionamentos, espreguiçando-se quando os primeiros raios de sol iluminam os topos brancos de neve das montanhas a oeste.
“Sr. Volo, com todo seu conhecimento, talvez já tenha ouvido falar sobre Morgoth, Xanaro´th e Loraxxsa, não é? Poderias me contar algo sobre eles?”
“Ah meu jovem, para que saber sobre eles? É melhor que não saiba! Tudo que souberes sobre eles, trará apenas dor, sofrimento e desesperança ao seu jovem coração iluminado pelas belezas da Cidade Brilhante dos Eladrins!” – fala Volo, tentando desviar do assunto.
Mas Paella não quer saber de rodeios ou desvios, e insiste.
“Por favor, senhor Volo, eu quero saber! Meses atrás esses nomes foram ditos por criaturas vis que atacaram a Cidade Brilhante, na Floresta da Lua. Vou perseguir esses infiéis e exorcizar o mal que existe na crença deles!”
“Calma lá, jovem senhorio! A vingança não é algo saudável para o seu ser! Ela é dolorosa e corrompe a pureza e a bondade dos seres, meu amigo. Não pense em vingança, por favor! Mas já que queres saber, darei apenas algumas informações. A bruxa Loraxxsa é, talvez, a mais poderosa matriarca dos Drows. Sua casa atualmente rege a cidade de Mezoberranzan e outras cidades dos elfos negros. Além disso, tem como guarda pessoal cerca de 10 lacaios demoníacos que lhe servem cegamente, todos sob o julgo do poder arcano da velha bruxa. Acredit, Eladrin, você não quer ficar frente a frente com esta mulher! Sobre Xanaro´th, posso lhe dizer que é um poderoso Beholder Morto-Vivo. Se você sabe o que é um Beholder, já o temeria só por isso. Mas ele tornou-se pior após sua morte e ter sido trazido à vida. Vejam, companheiros, não digo aqui que ele seja um mero zumbi! Ele foi trazido à vida por Loraxxsa! Ou seja, ele deve ter grande poder nessa sua morte-vida, é o que eu penso! Ele pode não estar nas Cordilheiras do Trovão, seu antigo lar, mas com certeza seu covil ainda existe e deve estar mais protegido que outrora. Já o tal Morgoth, há o velho Morgoth! O anão aqui – ele dá um cutucão com o cotovelo em Horven que está sentado ao seu lado – sabe que não se deve mexer com aquele cabeça-de-polvo! Bem, quem tem juízo, pelo menos, sabe disso! Digamos que, para os cabeças-de-polvo, Morgoth é a versão masculina de Loraxxsa. Logicamente que ele não é tão poderosos quanto aquela Matriarca, mas ele é o grande líder dos Ilithids e principal responsável pela aliança entre eles e os Drows. Bom, os anos são espertos em temerem Morgoth, e vocês, crianças, deveriam fazer o mesmo!” – ele conclui com um sorriso sincero na face.
“UAAAHHHHH... puxa, já tá tarde! HEHEHEHE! Acho que vou tirar uma soneca e partirei assim que for meio-dia. Se me derem licença...” – Volo prepara um canto para dormir e não espera autorização dos seus anfitriões.
Mâsh, ancioso, ainda tem algo a perguntar ao visitante e aproxima-se dele quando já deitado, e pergunta meio sem jeito:
“Cê sabe o que os orcs fazem com quem eles pegam? Fazem de escravo? Pra onde eles levam? Um jovem Goliath foi pego e estou em busca dele...”
Volo cobrindo-se com um pequeno cobertor, lança um olhar de pesar ao jovem interpelante:
“Olha meu rapaz, os Orcs são criaturas horríveis e podem dar variados destinos àqueles que são capturados. Podem fazê-los de refeição. De sacrifício aos seus deuses cruéis. De escravos para suas minas. De moeda de troca com outras criaturas tão cruéis quanto eles. Então, não quero tirar suas esperanças, talvez você não encontre esse jovem que você busca”. Vendo o terror estampado nos olhos de Mâsh após suas palavras, Volo diz.
“Veja, meu jovem, não sou de ficar dando esperanças para ninguém mas, veja, MAS... TALVEZ, se os orcs estiverem realmente precisado, talvez tenham-no levado para as Minas de Cirith Hill. Ela fica na fronteira norte de Korzus, nas bordas da Muralha de Gelo. Uma região inóspita, habitada por todo tipo de monstros. Se ele estiver vivo, e de posse dos orcs, talvez você o encontre lá. Mas ouça bem minhas palavras Goliath, e desculpe minha sinceridade, se você continuar essa busca, precisará de amigos poderosos e de muita sorte, pois aquela é considerada, por muitos exploradores, como a região mais perigosa de Auriis. E não digo só pelos monstros que lá habitam! Bem, se me der licença preciso descansar, pois tenho muita estrada pela frente.”
Mâsh fica arrasado com aquelas informações, mas seu coração ainda clama pela busca e ele não desistirá tão fácil. Ele encontrará uma forma de chegar lá e de descobrir se o jovem que busca ainda está vivo.
Os heróis percebem que a manhã chegou e que talvez seja hora de partir. Ainda há milhas a percorrer até chegarem a Brindol.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
KHAOS REPORT #014 (Interlúdio --> PBEM)
“Northolt, eu acho uma ótima idéia! Olhando para nosso grupo, temos 2 ótimos batedores!” – responde Gilkan.
Ele aponta então para o bárbaro:
“Mâsh, se for conosco, tem uma força incrível e uma resistência sobrenatural! Ele poderia correr a frente e voltar sem se cansar.” – depois, aponta para Paella. “Paella também é um ótimo batedor, com um conhecimento muito bom em estratégia de combate e com seu poder de teletransporte ajudaria se caso alguem o visse! Seria difícil persegui-lo.”
Ele faz uma pausa para que a sua idéia seja assimilada, e conclui:
“Northolt usa armadura pesada. Horven tem pernas curtas. Eu sou nada discreto com minhas vestes... Por mim poderia ir Paella. Mas temos que, primeiro, definir se estamos todos de acordo em seguirmos juntos para Brindol?”
Mâsh, olhando para fora da cavernas, lembrando dos tempos em que seu clã era forte e viajava pelas fronteiras de Iggspur, manifesta-se:
“As vezes eu era batedor da minha tribo. Tenho um pouco de habilidade nisso mas lembro sempre, tinha outros melhores!” – e fica em silêncio, contemplando uma imagem que passa em sua mente. “Mas, se ninguém é melhor, posso ir. Talvez a gente – e olha para Paella - na frente, se dê melhor, afinal dois enxergam melhor que um. E se aparecer problemas...” – dá como resposta o machado balançando ligeiramente.
Paella se ajeita mais próximo a fogueira, aquecendo um pedaço de carne no espeto, único ainda a beliscar alguns nacos de comida. Ao mesmo tempo fica refletindo sobre as sugestões de seus colegas. À sua mente vem lembranças do treinamento que realizou na floresta da lua. Ele olha para seu companheiros:
"Sim, meus amigos! Pela sabedoria e poderes de Corellon, podem contar comigo! Tenho habilidades suficientes para ser o batedor, trazendo informações privilegiadas."
Northolt, empolgado com a sinergia que parece surgir em seus companheiros, praticamente sela o plano:
“Perfeito meus amigos! Vocês são dois excelentes combatentes e têm ótima sinergia juntos. E mesmo para um batedor experiente, andar afastado do grupo, sozinho, na situação que estamos hoje, é muito arriscado.”
Mâsh faz uma observação:
“Vi que o caminho vai ser por planícies e colinas. Os batedores vão ficá bem na frente dos outros. Talvez nem seja visto! A gente qué dividi o grupo assim?”
O senhor da guerra responde ao seu companheiro:
“Mâsh, sua preocupação é muito válida. Porém, o papel do batedor é ir na frente, E RETORNAR dentro de certos períodos de tempo para avisar o "grupo base" se o caminho está livre ou não!! Com isso, será mais difícil um ataque pela retaguarda ou pelos nossos flancos, pois o batedor já fez a varredura do local que iremos passar. Caso o grupo base seja mesmo atacado como você prevê, teremos um sinal de aviso, dois silvos ja bastam para avisar sobre um ataque iminente.”
O bárbaro fica com um olhar significativo de que sabe o que um batedor deve fazer e como fazer! Mas decide não discutir sobre aquilo e apenas concorda: “Tâmo acertado! Eu e Paella seguimos na frente.”
Encerrado esse assunto, o Eladrin aproveita o momento de calmaria em que podem conversar tranquilamente para conhecer um pouco mais sobre seus novos amigos e também tentar obter informações que lhe sejam importantes:
"HUAAAA que sono – Paella se espreguiça sobre a cama improvisada que fez - Alguém de vocês já ouviu falar em Xanaro'th, Morgoth... ou em Loraxxsa?" – questiona ao grupo, olhando atentamente para cada um deles, esperançoso de obter uma resposta positiva.
“Sim, Paella! Quanto a Morgoth ou Xanaro´th, nunca ouvi falar. Mas Loraxxsa, já ouvi falar sim. Porque sua curiosidade?” – reconvém Northolt, começando a ter mais forte na memória as lembranças sobre Loraxxsa.
“Curiosidade minha! Ouvi esses nomes serem pronunciados meses atrás, mas não sei muito sobre eles. Pode nos falar um pouco mais sobre esse tal de Loraxxsa” – fica curioso o Eladrin.
“ELE não, meu amigo, ELA! Loraxxsa, pelo que me lembro, é matriarca de uma das casas de Menzoberranzan, principal cidade dos Drows. Dizem os elfos, que é uma poderosa arcana e que sua crueldade e vilania é extrema! Se você está marcado por Loraxxsa, acredite, sua morte não será rápida e indolor! É o que dizem!” – Northolt inclina o corpo para a frente e a luz tremulante da fogueira lhe dá feições demoníacas. “Você não tem problemas com ela, tem Paella?”
Paella joga uns pedaços de lenha na fogueira para manter a chama acesa e responde ao colega.
“Há alguns meses atrás eu participei de uma busca. Invasores haviam atacado a Cidade Brilhante, lar dos Eladrins na Floresta da Lua. A busca empreendida pelos Lâminas Prateadas era para identificar quem eram esses invasores e assim determinarmos qual a medida a ser tomada a seguir.” - nesse momento Paella respira profundamente e fica triste com a lembrança de centenas de eladrins mortos e conta todos os detalhes daquele episódio.
Northolt e os demais dizem sentir muito pelas perdas do amigo. Mas Paella, afastando a tristeza, concentra-se no presente e no futuro.
“E então, Northolt, além de Loraxxsa, você sabe algo sobre os outros?”
Com a negativa do meio-elfo, Gilkan viu a sua oportunidade de falar sobre o que sabia.
“Eu ouvi certa vez sobre o Xanaro´th. Não é muita coisa mas talvez o ajude no futuro, Paella. Trata-se de um beholder que habitava as Cordilheiras do Trovão, ao norte de Zanthar, a cidade fortaleza. Mas anos atrás o covil dele foi invadido e não se ouviu mais falar dele. As histórias dizem que comandava um pequeno exército de Orcs, Ogros e goblins. Mas como eu disse, após aquele ataque não se soube mais dele, pelo menos nos últimos 5 anos! Isso foi tudo que escutei sobre ele.”
O anão, que até o momento estava apenas ouvindo, manifesta-se pela primeira vez:
“Morgoth é conhecido de meu clã!” – ele fixa o olhar nas chamas crepitantes, avivadas pelo Eladrin. “Ele é um Illithid, ou na língua dos humanos, Devorador de Mentes. Por várias vezes os anões de Khaza-dûm repeliram os ataques de Morgoth e seus asseclas. Antes de eu partir, rumores corriam os salões do meu clã dando conta de que ele havia se tornado aliado dos elfos-negros! Nossos anciões acreditavam que essa aliança tornaria os ataques de Morgoth mais intensos... mas não foi bem o que ocorreu!” – o anão fica observando as chamas em silêncio.
Paella, interessado, após alguns instantes, pigarreia e tenta demonstrar ao anão que falta completar o pensamento. Horven, calmamente, satisfeito com o suspense criado, continua:
“Os anões reforçaram suas defesas nas rotas comerciais e nos pontos em que Morgoth costumava atacar. Os dias passaram. Esses se transformaram em meses e depois em anos. Mas nenhum ataque foi feito. A calmaria daqueles dias era perturbadora. Era como se o tempo tivesse parado e aguardasse um fenômeno ou algo sobrenatural acontecer. Dois anos. Três anos. E não se tinha mais notícias de Morgoth! Então a Guerra teve início. E assim, após quase dez anos sem notícias do paradeiro de Morgoth, nosso clã novamente ouve falar nele! E você, Paella, é o bom vento que traz a notícia de que ele ainda vive e de que é um perigo para todos os povos livres! O Conselho do Martelo ficará feliz em saber que nosso inimigo pode ser derrotado, definitivamente!”
A informação era importante para o Eladrin, mas naquele momento não conseguia vislumbrar como poderia ser utilizada. Mas guardá-la, com certeza, era o melhor a fazer.
Com o avanço da noite, já próximo à meia-noite, os heróis decidem que era hora de descansar. E os turnos de vigília começaram com Horven, sendo que os demais dormiam ou descansavam da melhor forma possível.
O turno de Horven terminou e foi substituído por Mâsh. Este, no meio da madrugada, trocou a vez com Paella.
O Eladrin observava a lua, que aparecia furtiva por entre as nuvens densas que corriam rápido para o norte, impulsionadas por um vento frio que trazia o inverno. Mais alguns dias, e a neve chegaria. Paella esperava conseguir voltar para a Floresta da Lua antes que as estradas ficassem cobertas pela neve e as viagens fossem interrompidas pelas nevascas.
“Vejo que vocês também estão cansados da viagem e escolheram um bom lugar para descansar.” – uma voz falou vinda da escuridão e assustou definitivamente o Eladrin.
Da posição em que o Eladrin estava, não era possível que alguém viesse pelo tortuoso caminho escavado nas paredes da montanha, sem que ele percebesse. Além disso, a voz veio de uma posição à leste de onde estava, ou seja, teria que cruzar o acampamento improvisado e teria passado pela luz da fogueira. Estreitou os olhos na direção de onde veio a voz, já com a mão no punho da espada.
Das sombras erigidas por duas grandes rochas na íngreme encosta, surge um humano com vestes coloridas e, de certa forma, refinadas, mesmo que visivelmente sendo trajes de viagens. Ele carrega um bandolim preso às costas. Solta uma mochila no chão e também um tudo de couro com bordas de filetes de madeira, que serve como um porta-mapas ou documentos. Saindo da escuridão, Paella vê que o homem tem cerca dos 37 anos, barba negra bem fechada, maxilar quadrado, olhos gentis e ferinos ao mesmo tempo, com cabelos compridos amarrados atrás da cabeça, que ostenta um chapéu de abas curtas meio torto, com uma pena púrpura em um dos lados.
“Não se preocupe jovem Eladrin, não vim causar problemas aos viajantes que aqui estão” – ele fala em voz suave, como se não quisesse acordar os demais – “gostaria apenas dividir o calor do fogo e quem sabe da companhia de seres civilizados nesta vastidão devastada pela Guerra.” – o homem conclui em tom de indagação e demonstrando, com gestos, que não pretende brigar.
Ele aponta então para o bárbaro:
“Mâsh, se for conosco, tem uma força incrível e uma resistência sobrenatural! Ele poderia correr a frente e voltar sem se cansar.” – depois, aponta para Paella. “Paella também é um ótimo batedor, com um conhecimento muito bom em estratégia de combate e com seu poder de teletransporte ajudaria se caso alguem o visse! Seria difícil persegui-lo.”
Ele faz uma pausa para que a sua idéia seja assimilada, e conclui:
“Northolt usa armadura pesada. Horven tem pernas curtas. Eu sou nada discreto com minhas vestes... Por mim poderia ir Paella. Mas temos que, primeiro, definir se estamos todos de acordo em seguirmos juntos para Brindol?”
Mâsh, olhando para fora da cavernas, lembrando dos tempos em que seu clã era forte e viajava pelas fronteiras de Iggspur, manifesta-se:
“As vezes eu era batedor da minha tribo. Tenho um pouco de habilidade nisso mas lembro sempre, tinha outros melhores!” – e fica em silêncio, contemplando uma imagem que passa em sua mente. “Mas, se ninguém é melhor, posso ir. Talvez a gente – e olha para Paella - na frente, se dê melhor, afinal dois enxergam melhor que um. E se aparecer problemas...” – dá como resposta o machado balançando ligeiramente.
Paella se ajeita mais próximo a fogueira, aquecendo um pedaço de carne no espeto, único ainda a beliscar alguns nacos de comida. Ao mesmo tempo fica refletindo sobre as sugestões de seus colegas. À sua mente vem lembranças do treinamento que realizou na floresta da lua. Ele olha para seu companheiros:
"Sim, meus amigos! Pela sabedoria e poderes de Corellon, podem contar comigo! Tenho habilidades suficientes para ser o batedor, trazendo informações privilegiadas."
Northolt, empolgado com a sinergia que parece surgir em seus companheiros, praticamente sela o plano:
“Perfeito meus amigos! Vocês são dois excelentes combatentes e têm ótima sinergia juntos. E mesmo para um batedor experiente, andar afastado do grupo, sozinho, na situação que estamos hoje, é muito arriscado.”
Mâsh faz uma observação:
“Vi que o caminho vai ser por planícies e colinas. Os batedores vão ficá bem na frente dos outros. Talvez nem seja visto! A gente qué dividi o grupo assim?”
O senhor da guerra responde ao seu companheiro:
“Mâsh, sua preocupação é muito válida. Porém, o papel do batedor é ir na frente, E RETORNAR dentro de certos períodos de tempo para avisar o "grupo base" se o caminho está livre ou não!! Com isso, será mais difícil um ataque pela retaguarda ou pelos nossos flancos, pois o batedor já fez a varredura do local que iremos passar. Caso o grupo base seja mesmo atacado como você prevê, teremos um sinal de aviso, dois silvos ja bastam para avisar sobre um ataque iminente.”
O bárbaro fica com um olhar significativo de que sabe o que um batedor deve fazer e como fazer! Mas decide não discutir sobre aquilo e apenas concorda: “Tâmo acertado! Eu e Paella seguimos na frente.”
Encerrado esse assunto, o Eladrin aproveita o momento de calmaria em que podem conversar tranquilamente para conhecer um pouco mais sobre seus novos amigos e também tentar obter informações que lhe sejam importantes:
"HUAAAA que sono – Paella se espreguiça sobre a cama improvisada que fez - Alguém de vocês já ouviu falar em Xanaro'th, Morgoth... ou em Loraxxsa?" – questiona ao grupo, olhando atentamente para cada um deles, esperançoso de obter uma resposta positiva.
“Sim, Paella! Quanto a Morgoth ou Xanaro´th, nunca ouvi falar. Mas Loraxxsa, já ouvi falar sim. Porque sua curiosidade?” – reconvém Northolt, começando a ter mais forte na memória as lembranças sobre Loraxxsa.
“Curiosidade minha! Ouvi esses nomes serem pronunciados meses atrás, mas não sei muito sobre eles. Pode nos falar um pouco mais sobre esse tal de Loraxxsa” – fica curioso o Eladrin.
“ELE não, meu amigo, ELA! Loraxxsa, pelo que me lembro, é matriarca de uma das casas de Menzoberranzan, principal cidade dos Drows. Dizem os elfos, que é uma poderosa arcana e que sua crueldade e vilania é extrema! Se você está marcado por Loraxxsa, acredite, sua morte não será rápida e indolor! É o que dizem!” – Northolt inclina o corpo para a frente e a luz tremulante da fogueira lhe dá feições demoníacas. “Você não tem problemas com ela, tem Paella?”
Paella joga uns pedaços de lenha na fogueira para manter a chama acesa e responde ao colega.
“Há alguns meses atrás eu participei de uma busca. Invasores haviam atacado a Cidade Brilhante, lar dos Eladrins na Floresta da Lua. A busca empreendida pelos Lâminas Prateadas era para identificar quem eram esses invasores e assim determinarmos qual a medida a ser tomada a seguir.” - nesse momento Paella respira profundamente e fica triste com a lembrança de centenas de eladrins mortos e conta todos os detalhes daquele episódio.
Northolt e os demais dizem sentir muito pelas perdas do amigo. Mas Paella, afastando a tristeza, concentra-se no presente e no futuro.
“E então, Northolt, além de Loraxxsa, você sabe algo sobre os outros?”
Com a negativa do meio-elfo, Gilkan viu a sua oportunidade de falar sobre o que sabia.
“Eu ouvi certa vez sobre o Xanaro´th. Não é muita coisa mas talvez o ajude no futuro, Paella. Trata-se de um beholder que habitava as Cordilheiras do Trovão, ao norte de Zanthar, a cidade fortaleza. Mas anos atrás o covil dele foi invadido e não se ouviu mais falar dele. As histórias dizem que comandava um pequeno exército de Orcs, Ogros e goblins. Mas como eu disse, após aquele ataque não se soube mais dele, pelo menos nos últimos 5 anos! Isso foi tudo que escutei sobre ele.”
O anão, que até o momento estava apenas ouvindo, manifesta-se pela primeira vez:
“Morgoth é conhecido de meu clã!” – ele fixa o olhar nas chamas crepitantes, avivadas pelo Eladrin. “Ele é um Illithid, ou na língua dos humanos, Devorador de Mentes. Por várias vezes os anões de Khaza-dûm repeliram os ataques de Morgoth e seus asseclas. Antes de eu partir, rumores corriam os salões do meu clã dando conta de que ele havia se tornado aliado dos elfos-negros! Nossos anciões acreditavam que essa aliança tornaria os ataques de Morgoth mais intensos... mas não foi bem o que ocorreu!” – o anão fica observando as chamas em silêncio.
Paella, interessado, após alguns instantes, pigarreia e tenta demonstrar ao anão que falta completar o pensamento. Horven, calmamente, satisfeito com o suspense criado, continua:
“Os anões reforçaram suas defesas nas rotas comerciais e nos pontos em que Morgoth costumava atacar. Os dias passaram. Esses se transformaram em meses e depois em anos. Mas nenhum ataque foi feito. A calmaria daqueles dias era perturbadora. Era como se o tempo tivesse parado e aguardasse um fenômeno ou algo sobrenatural acontecer. Dois anos. Três anos. E não se tinha mais notícias de Morgoth! Então a Guerra teve início. E assim, após quase dez anos sem notícias do paradeiro de Morgoth, nosso clã novamente ouve falar nele! E você, Paella, é o bom vento que traz a notícia de que ele ainda vive e de que é um perigo para todos os povos livres! O Conselho do Martelo ficará feliz em saber que nosso inimigo pode ser derrotado, definitivamente!”
A informação era importante para o Eladrin, mas naquele momento não conseguia vislumbrar como poderia ser utilizada. Mas guardá-la, com certeza, era o melhor a fazer.
Com o avanço da noite, já próximo à meia-noite, os heróis decidem que era hora de descansar. E os turnos de vigília começaram com Horven, sendo que os demais dormiam ou descansavam da melhor forma possível.
O turno de Horven terminou e foi substituído por Mâsh. Este, no meio da madrugada, trocou a vez com Paella.
O Eladrin observava a lua, que aparecia furtiva por entre as nuvens densas que corriam rápido para o norte, impulsionadas por um vento frio que trazia o inverno. Mais alguns dias, e a neve chegaria. Paella esperava conseguir voltar para a Floresta da Lua antes que as estradas ficassem cobertas pela neve e as viagens fossem interrompidas pelas nevascas.
“Vejo que vocês também estão cansados da viagem e escolheram um bom lugar para descansar.” – uma voz falou vinda da escuridão e assustou definitivamente o Eladrin.
Da posição em que o Eladrin estava, não era possível que alguém viesse pelo tortuoso caminho escavado nas paredes da montanha, sem que ele percebesse. Além disso, a voz veio de uma posição à leste de onde estava, ou seja, teria que cruzar o acampamento improvisado e teria passado pela luz da fogueira. Estreitou os olhos na direção de onde veio a voz, já com a mão no punho da espada.
Das sombras erigidas por duas grandes rochas na íngreme encosta, surge um humano com vestes coloridas e, de certa forma, refinadas, mesmo que visivelmente sendo trajes de viagens. Ele carrega um bandolim preso às costas. Solta uma mochila no chão e também um tudo de couro com bordas de filetes de madeira, que serve como um porta-mapas ou documentos. Saindo da escuridão, Paella vê que o homem tem cerca dos 37 anos, barba negra bem fechada, maxilar quadrado, olhos gentis e ferinos ao mesmo tempo, com cabelos compridos amarrados atrás da cabeça, que ostenta um chapéu de abas curtas meio torto, com uma pena púrpura em um dos lados.
“Não se preocupe jovem Eladrin, não vim causar problemas aos viajantes que aqui estão” – ele fala em voz suave, como se não quisesse acordar os demais – “gostaria apenas dividir o calor do fogo e quem sabe da companhia de seres civilizados nesta vastidão devastada pela Guerra.” – o homem conclui em tom de indagação e demonstrando, com gestos, que não pretende brigar.
A Pedidos do Jogador...
Paella ganhou uma repaginada no visual nesta virada de ano.
O jogador que o interpreta na campanha encontrou uma imagem que lhe parece mais fidedigno ao que imagina ser a figura do personagem Eladrin da Floresta da Lua.
Eis a figura...
O jogador que o interpreta na campanha encontrou uma imagem que lhe parece mais fidedigno ao que imagina ser a figura do personagem Eladrin da Floresta da Lua.
Eis a figura...
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
KHAOS REPORT #013 (Interlúdio --> PBEM)
Após algumas tensas horas viajando pelo desfiladeiro do Passo Amarelo, os heróis chegam à estrada que leva até Brindol. Ela serpenteia pelas planícies, colinas e bosques. As árvores, banhadas pelo entardecer, ganham um colorido que vai do amarelo ao ocre, pois o outono já encontra-se avançado e em poucos dias os primeiros flocos de neve devem surgir ao norte.
Paella, ciente do perigo em viajar durante a noite, avisa aos demais:
“Devemos procurar um lugar para acamparmos e passarmos essa noite. Até que cheguemos aquele bosque à frente – e aponta para um conjunto de árvores muito altas – a noite já estará bem avançada.”
“E o goblin que libertamos? Será que não avisará os amigos dele?” – pergunta Horven.
“Não se preocupe com ele Horven, não nos fará mal!” – responde confiante Gilkan.
“Sei dum lugar bom pra gente passá a noite! Já fiquei algumas vezes lá. É uma caverna bem escondida e de difícil acesso. Dá até pra acender fogueira que não atrairá monstro nenhum” – lembra-se Mâsh. “Vem comigo que chegamos antes da escuridão cobrir o caminho que temos que tomar!”
O grupo segue o bárbaro, pois, parece conhecer o local melhor que eles, guiando-os por uma escalada tortuosa. Horven, com suas pernas curtas, é o que tem mais dificuldades em avançar pela encosta da montanha, não raras vezes, ajudado por Mâsh e Northolt.
“Malditas montanhas! Nós, anões, gostamos de ficar sob elas e não sobre elas! Por mil demônios do Arallu, da próxima vez iremos viajar até achar um local que não seja para cima!” – reclama o paladino.
Gilkan ri desta última frase do anão, pois pela primeira vez percebe que seu companheiro não invoca o nome de sua divindade. Isso, para o bruxo, é sinal de que o anão está muito zangado com aquela escalada inesperada.
Ao final do trajeto, chegam ao local escolhido por Mâsh. Uma caverna não muito grande, mas que é bem escondida da estrada e não há passagens para dentro da montanha. O único acesso a ela é o caminho pelo qual vieram e que, na escuridão, é muito difícil de ser encontrado.
Assim, cansados, diexam-se relaxar encostados na parede da caverna, recuperando o fôlego e liberando o peso das mochilas e armas que carregam.
Após algumas horas, onde comeram comida quente e prepararam seus colchonetes para dormir, bem como definiram os turnos de vigília, os heróis estão conversando ao redor da fogueira.
“Você já foi à Brindol, Mâsh?” – pergunta Northolt.
“Não! Sei que fica a algumas milhas daqui de onde estamos, para o norte, mas não fui para lá ainda!” – responde o bárbaro.
“Bem, então nenhum de nós conhece o caminho e não sabemos o que podemos encontrar na estrada e até mesmo na cidade. Devemos tomar muito cuidado a partir de amanhã. Temos que ter um batedor no grupo, para seguir alguns metros a frente e nos avisar de qualquer perigo que venha a encontrar. O que acham?” – complementa Northolt.
Paella, ciente do perigo em viajar durante a noite, avisa aos demais:
“Devemos procurar um lugar para acamparmos e passarmos essa noite. Até que cheguemos aquele bosque à frente – e aponta para um conjunto de árvores muito altas – a noite já estará bem avançada.”
“E o goblin que libertamos? Será que não avisará os amigos dele?” – pergunta Horven.
“Não se preocupe com ele Horven, não nos fará mal!” – responde confiante Gilkan.
“Sei dum lugar bom pra gente passá a noite! Já fiquei algumas vezes lá. É uma caverna bem escondida e de difícil acesso. Dá até pra acender fogueira que não atrairá monstro nenhum” – lembra-se Mâsh. “Vem comigo que chegamos antes da escuridão cobrir o caminho que temos que tomar!”
O grupo segue o bárbaro, pois, parece conhecer o local melhor que eles, guiando-os por uma escalada tortuosa. Horven, com suas pernas curtas, é o que tem mais dificuldades em avançar pela encosta da montanha, não raras vezes, ajudado por Mâsh e Northolt.
“Malditas montanhas! Nós, anões, gostamos de ficar sob elas e não sobre elas! Por mil demônios do Arallu, da próxima vez iremos viajar até achar um local que não seja para cima!” – reclama o paladino.
Gilkan ri desta última frase do anão, pois pela primeira vez percebe que seu companheiro não invoca o nome de sua divindade. Isso, para o bruxo, é sinal de que o anão está muito zangado com aquela escalada inesperada.
Ao final do trajeto, chegam ao local escolhido por Mâsh. Uma caverna não muito grande, mas que é bem escondida da estrada e não há passagens para dentro da montanha. O único acesso a ela é o caminho pelo qual vieram e que, na escuridão, é muito difícil de ser encontrado.
Assim, cansados, diexam-se relaxar encostados na parede da caverna, recuperando o fôlego e liberando o peso das mochilas e armas que carregam.
Após algumas horas, onde comeram comida quente e prepararam seus colchonetes para dormir, bem como definiram os turnos de vigília, os heróis estão conversando ao redor da fogueira.
“Você já foi à Brindol, Mâsh?” – pergunta Northolt.
“Não! Sei que fica a algumas milhas daqui de onde estamos, para o norte, mas não fui para lá ainda!” – responde o bárbaro.
“Bem, então nenhum de nós conhece o caminho e não sabemos o que podemos encontrar na estrada e até mesmo na cidade. Devemos tomar muito cuidado a partir de amanhã. Temos que ter um batedor no grupo, para seguir alguns metros a frente e nos avisar de qualquer perigo que venha a encontrar. O que acham?” – complementa Northolt.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
KHAOS REPORT #012 (Interlúdio --> PBEM)
Gilkan ficou encarregado de amarrar o goblin que foi feito prisioneiro após o combate. De longe, Herewald observa, pronto para matar o pequeno monstro caso o bruxo tenha algum problema. Enquanto isso, Northolt e os demais vasculham o local em busca de mais pistas sobre os exércitos que utilizam esse posto avançado.
O bruxo, quando termina de amarrar o prisioneiro e verificar os nós feitos, reflete sobre tudo que está acontecendo em sua vida. O turbilhão pelo qual está passando nesses primeiros dias envolvido nessa Guerra.
Ele fica incomodado, principalmente, por sua sede de matar e destruir todos os kobolds e goblins que se jogaram na correnteza do rio subterrâneo tentando fugir. Provavelmente eles morreram afogados, mas mesmo assim Gilkan estava confuso e com medo das intenções maléficas que emergiram de seu íntimo. Será que aquela “sede” foi apenas um momento ou será que é sua natureza mesmo? Será que está se transformando naquele monstro de seu pesadelo?
Isto o faz pensar naquele fatídico dia, ocorrido pouco mais de 4 meses antes. E também lembra com saudades de seu mentor. O que será que estará fazendo o velho Rasshak? Zanthar ainda resiste? E seu pai, será que ainda vive?
O tiefling é afastado dessas lembranças tristes quando Herewald aproxima-se:
“Tudo bem por aí Gilkan? Se tiver com problema, posso cortar os tendões dos braços do Goblin para não dar mais problema...” – diverte-se o ladino já com suas adagas nas mãos.
“Não precisa não Herewald! Está tudo bem aqui, não está?” – pergunta Gilkan ao goblin amedrontado.
“Sim! Sim...”
O ladino se afasta e Gilkan conversa com o goblin.
“Você não irá criar problemas, irá, Goblin?”
“Não... não... só não me machuquem mais, por favor!”
“Assim como minha raça, vocês goblins são considerados párias para os humanos, elfos, anões! Eu sinto na pele a discriminação que você sente. Então, se você ficar quieto e não tentar nenhuma besteira, eu garanto que nenhum dos meus amigos te machucará! Mas... – o tiefling retira seu capuz e deixa seus olhos demoníacos inflamarem-se de um vermelho sangue e suas feições tornando-se ameaçadoras – se você fizer qualquer bobagem, ou tentar fugir, eu juro que irei até os 9 infernos atrás de você ou de sua alma!!!”
O goblins fica de olhos esbugalhados, amedrontado demais para responder e apenas acena com a cabeça em concordância.O bruxo recoloca seu capuz e volta a falar normalmente.
“Quando sairmos dessas cavernas, você será solto e poderá fazer o que quiser! Mas até lá, seja um bom menino!”
Depois disso, deixa o prisioneiro amedrontado próximo a depósito de armas e suprimentos e se junta aos demais, que já estão derramando óleo sobre as construções de madeira e quebrando os ancoradouros para torná-los inúteis.
“Convenceu o goblin a nos ajudar?” – pergunta Paella quando Gilkan se aproxima.
“Acho que sim. Pelo menos senti que ele está amedrontado! Disse a ele que se ele não arrumar problemas, nós o soltaremos quando sairmos das cavernas.”
“Você o que?” – pergunta o Eladrin incrédulo. “Você vai soltá-lo e deixar que ele avise os comparsas dele? Será que os outros irão deixar que você faça isso?”
“Não sei, Paella! Só espero que todos compreendam que nós não somos como inimigos que enfretamos. Nós não somos monstros! Nós lutamos pela liberdade e pelo bem de Iggspur!”
“Sim... o bem pode ser exterminar essas criaturas de uma vez! Mas enfim, talvez esse seja o caminho que devemos tomar mesmo! Talvez você tenha razão. Vou pensar nisso e te apoiarei quando chegar o momento.”
Os dois assentem que, naquele momento, o assunto está encerrado. Paella vai então até alguns barris próximos ao grande paiol de armas e encontra água e cerveja. Em caixas, há carne seca, couro curtido e muita lenha para a fornalha da forjaria. Quase escondido sob peles de ursos, encontra um caixote de madeira, com a fechadura aberta e com alguns papéis queimados dentro. Os documentos parecem mapas militares contendo informações importantes, mas o estado de destruição deles torna-os praticamente inúteis.
O Lâmina prateada também encontra vários estandartes e bandeiras pintados com garras vermelhas. Ao que parece, esse clã tem certa importância nessa região.
Enquanto isso, Gilkan apenas observa as buscas. Ainda pensando em todo o ocorrido. Refletindo suas ações ante os perigos que encontraram.
Sua atenção é desviada apenas quando percebe que Paella teleporta-se para o telhado do paiol. Ele fica de vigia, mas está nas mãos com um frasco de óleo que pretende jogar sobre o paiol para incendiá-lo.
Mâsh, após destruir um dos atracadouros com potentes golpes de seu machado, resolve ir conversar com o goblin que fizeram prisioneiro.
A critaura está encolhida, encostada numa das paredes da forjaria e fica murmurando em sua língua primitiva, como se estivesse conversando com outra criatura.
Quando o bárbaro se aproxima, ele se encolhe um pouco mais e fica apreensivo.
“Olha aqui goblin! ´Cê pode me dá umas informações por bem ou por mal! Então eu vou perguntar e ´cê vai escolher a forma que quer, ta bom?”
O goblin fica quieto, apavorado quando o bárbaro empunha o machado mais próximo a ele.
“Uma criança do meu clã foi capturada por orcs tempos atrás! ´Cê sabe de alguma coisa?”
“Não... não... não sei nada!”
“Ora goblin...” – Mâsh acerta a canela do goblin com a acha do machado. A criatura grita de dor e e volta a choramingar. “Então, por bem ou por mal? Responde logo... sabe de alguma coisa?”
“Sim... sim... os orcs levam os prisioneiros para o norte. Crianças são os principais alvos deles.”
“Pra onde no norte?”
“Eu... eu...” – o goblin exita, mas quando Mâsh ameaça acertá-lo novamente, decide falar. “Há uma mina no norte deste reino. Os escravos são levados pra lá!”
“´Cê tá falando a verdade criatura? Se não tiver, vou te escalpelar vivo!!!”
“é verdade senhor! É verdade!” – desespera-se o goblin.
Mâsh observa a criatura por mais alguns segundos até se dar por satisfeito.
Se for verdade o que o prisioneiro falou, seu destino o levará para o norte. É a única pista que tem sobre o possível paradeiro de seu filho.
Até o momento os outros não sabem o que guia o bárbaro, mas talvez ainda não seja o momento de saberem. Talvez quando saírem daquelas cavernas? A ajuda deles seria bem vinda? Será que o ajudariam na busca por seu filho?
São questões que deixam Mâsh apreensivo, pois ainda não sabe a resposta para nenhuma delas. E estas respostas ficarão para outro momento, pois Northolt e os demais aproximam-se. O bárbaro percebe que os atracadouros e tudo que é de madeira já estão em chamas.
“Terminamos aqui pessoal..” – fala Northolt – “O fogo fará o trabalho de queimar tudo. Os orcs demorarão a usar esse local novamente. Vamos embora e voltar à nossa missão principal!”
“Que missão é essa, Nort?” – questiona Mâsh, único que ainda não sabe ao certo os motivos daquele grupo estar naquele local.
Gilkan adianta-se ao meio-elfo e responde:
“Mâsh, até agora não tivemos tempo de explicar os motivos que nos trouxeram até aqui. Esse ainda não é o momento, pois podemos ser surpreendidos por orcs, goblins e sabe-se mais o quê nessas cavernas. Por agora, basta saber que estamos em uma missão ‘Real’ e devemos chegar à Brindol. Não devemos nos desviar mais! Daqui devemos ir direto. Mas na primeira oportunidade, lhe passarei a missão que temos com mais detalhe, pois, quem sabe, poderá nos acompanhar! Mas agora vamos partir como disse Northolt! Vou buscar o goblin!”
O bárbaro entendeu que aquele não era o momento para mais perguntas e fica pensativo sobre o que o futuro lhe reserva.
Quando Gilkan retorna com o prisioneiro, Northolt avisa ao goblin:
“Goblin, assim que saírmos dessa caverna voce estara livre! Porém, levará um recado para Ullag, o seu general. Diga a ele, que "Northolt Anastrian Kurdak" o procura. E que quando achá-lo, ele pagará por todas as vidas que tirou nesta Guerra cruel.”
O goblin não responde nada, mas ele captou todas as palavras do senhor da guerra e um leve sorriso, quase imperceptível, brotou em sua fase monstruosa.
Assim, liderados por Northolt os heróis retornam pelos corredores agora vazios. Vasculham outros aposentos e corredores que haviam deixado para trás quando perseguiram os kobolds e descobrem dormitórios, cozinha, sala de armas, depósitos e outras câmaras vazias. Destroem tudo que podem, para tentar tornar o lugar inútil para os exércitos inimigos. E assim, após horas de exploração, saem daquele conjunto de cavernas, voltando para a trilha do Passo Amarelo.
O goblin então, fala para Gilkan.
“Eu não criei problemas, senhor! Pode me soltar como vocês me prometeram!”
O Tiefling, seguindo o seu coração como sempre orientado por seu tutor, Rasshak, começa a libertar o prisioneiro de suas amarras. Aproveita para falar num tom que somente o goblin possa ouvir:
“Não se esqueça do que eu disse! Irei atrás de sua alma nem que tenha que percorrer os 9 infernos, caso você alerte alguém de nosso paradeiro! Ajude a mudar a visão de sua raça assim como estou tentando fazer com a minha. Você está livre, seja sábio!”
Enquanto Gilkan ocupava-se com a libertação do goblin, Paella olha com cuidado para a estrada e arredores, atento a qualquer movimento. Caminha um pouco pela trilha, tentando identificar sinais de que tropas ou caravana tenham passado por ali no último dia (tempo em que ficaram explorando o posto avançado inimigo), mas sua busca não revelou nada demais.
O goblin esfrega os punhos e mexe os ombros em movimentos rotatórios, para fazer o sangue circular mais rapidamente após tanto tempo imobilizado e depois corre na direção sul. Direção oposta a que os heróis seguirão.
"Então meus amigos. Criatura libertada, vamos acelerar o passo para chegar ao nosso objetivo e entregar o artefato!” – exclama Paella e já abrindo espaço para que Northolt siga pela trilha na direção norte.
O bruxo, quando termina de amarrar o prisioneiro e verificar os nós feitos, reflete sobre tudo que está acontecendo em sua vida. O turbilhão pelo qual está passando nesses primeiros dias envolvido nessa Guerra.
Ele fica incomodado, principalmente, por sua sede de matar e destruir todos os kobolds e goblins que se jogaram na correnteza do rio subterrâneo tentando fugir. Provavelmente eles morreram afogados, mas mesmo assim Gilkan estava confuso e com medo das intenções maléficas que emergiram de seu íntimo. Será que aquela “sede” foi apenas um momento ou será que é sua natureza mesmo? Será que está se transformando naquele monstro de seu pesadelo?
Isto o faz pensar naquele fatídico dia, ocorrido pouco mais de 4 meses antes. E também lembra com saudades de seu mentor. O que será que estará fazendo o velho Rasshak? Zanthar ainda resiste? E seu pai, será que ainda vive?
O tiefling é afastado dessas lembranças tristes quando Herewald aproxima-se:
“Tudo bem por aí Gilkan? Se tiver com problema, posso cortar os tendões dos braços do Goblin para não dar mais problema...” – diverte-se o ladino já com suas adagas nas mãos.
“Não precisa não Herewald! Está tudo bem aqui, não está?” – pergunta Gilkan ao goblin amedrontado.
“Sim! Sim...”
O ladino se afasta e Gilkan conversa com o goblin.
“Você não irá criar problemas, irá, Goblin?”
“Não... não... só não me machuquem mais, por favor!”
“Assim como minha raça, vocês goblins são considerados párias para os humanos, elfos, anões! Eu sinto na pele a discriminação que você sente. Então, se você ficar quieto e não tentar nenhuma besteira, eu garanto que nenhum dos meus amigos te machucará! Mas... – o tiefling retira seu capuz e deixa seus olhos demoníacos inflamarem-se de um vermelho sangue e suas feições tornando-se ameaçadoras – se você fizer qualquer bobagem, ou tentar fugir, eu juro que irei até os 9 infernos atrás de você ou de sua alma!!!”
O goblins fica de olhos esbugalhados, amedrontado demais para responder e apenas acena com a cabeça em concordância.O bruxo recoloca seu capuz e volta a falar normalmente.
“Quando sairmos dessas cavernas, você será solto e poderá fazer o que quiser! Mas até lá, seja um bom menino!”
Depois disso, deixa o prisioneiro amedrontado próximo a depósito de armas e suprimentos e se junta aos demais, que já estão derramando óleo sobre as construções de madeira e quebrando os ancoradouros para torná-los inúteis.
“Convenceu o goblin a nos ajudar?” – pergunta Paella quando Gilkan se aproxima.
“Acho que sim. Pelo menos senti que ele está amedrontado! Disse a ele que se ele não arrumar problemas, nós o soltaremos quando sairmos das cavernas.”
“Você o que?” – pergunta o Eladrin incrédulo. “Você vai soltá-lo e deixar que ele avise os comparsas dele? Será que os outros irão deixar que você faça isso?”
“Não sei, Paella! Só espero que todos compreendam que nós não somos como inimigos que enfretamos. Nós não somos monstros! Nós lutamos pela liberdade e pelo bem de Iggspur!”
“Sim... o bem pode ser exterminar essas criaturas de uma vez! Mas enfim, talvez esse seja o caminho que devemos tomar mesmo! Talvez você tenha razão. Vou pensar nisso e te apoiarei quando chegar o momento.”
Os dois assentem que, naquele momento, o assunto está encerrado. Paella vai então até alguns barris próximos ao grande paiol de armas e encontra água e cerveja. Em caixas, há carne seca, couro curtido e muita lenha para a fornalha da forjaria. Quase escondido sob peles de ursos, encontra um caixote de madeira, com a fechadura aberta e com alguns papéis queimados dentro. Os documentos parecem mapas militares contendo informações importantes, mas o estado de destruição deles torna-os praticamente inúteis.
O Lâmina prateada também encontra vários estandartes e bandeiras pintados com garras vermelhas. Ao que parece, esse clã tem certa importância nessa região.
Enquanto isso, Gilkan apenas observa as buscas. Ainda pensando em todo o ocorrido. Refletindo suas ações ante os perigos que encontraram.
Sua atenção é desviada apenas quando percebe que Paella teleporta-se para o telhado do paiol. Ele fica de vigia, mas está nas mãos com um frasco de óleo que pretende jogar sobre o paiol para incendiá-lo.
Mâsh, após destruir um dos atracadouros com potentes golpes de seu machado, resolve ir conversar com o goblin que fizeram prisioneiro.
A critaura está encolhida, encostada numa das paredes da forjaria e fica murmurando em sua língua primitiva, como se estivesse conversando com outra criatura.
Quando o bárbaro se aproxima, ele se encolhe um pouco mais e fica apreensivo.
“Olha aqui goblin! ´Cê pode me dá umas informações por bem ou por mal! Então eu vou perguntar e ´cê vai escolher a forma que quer, ta bom?”
O goblin fica quieto, apavorado quando o bárbaro empunha o machado mais próximo a ele.
“Uma criança do meu clã foi capturada por orcs tempos atrás! ´Cê sabe de alguma coisa?”
“Não... não... não sei nada!”
“Ora goblin...” – Mâsh acerta a canela do goblin com a acha do machado. A criatura grita de dor e e volta a choramingar. “Então, por bem ou por mal? Responde logo... sabe de alguma coisa?”
“Sim... sim... os orcs levam os prisioneiros para o norte. Crianças são os principais alvos deles.”
“Pra onde no norte?”
“Eu... eu...” – o goblin exita, mas quando Mâsh ameaça acertá-lo novamente, decide falar. “Há uma mina no norte deste reino. Os escravos são levados pra lá!”
“´Cê tá falando a verdade criatura? Se não tiver, vou te escalpelar vivo!!!”
“é verdade senhor! É verdade!” – desespera-se o goblin.
Mâsh observa a criatura por mais alguns segundos até se dar por satisfeito.
Se for verdade o que o prisioneiro falou, seu destino o levará para o norte. É a única pista que tem sobre o possível paradeiro de seu filho.
Até o momento os outros não sabem o que guia o bárbaro, mas talvez ainda não seja o momento de saberem. Talvez quando saírem daquelas cavernas? A ajuda deles seria bem vinda? Será que o ajudariam na busca por seu filho?
São questões que deixam Mâsh apreensivo, pois ainda não sabe a resposta para nenhuma delas. E estas respostas ficarão para outro momento, pois Northolt e os demais aproximam-se. O bárbaro percebe que os atracadouros e tudo que é de madeira já estão em chamas.
“Terminamos aqui pessoal..” – fala Northolt – “O fogo fará o trabalho de queimar tudo. Os orcs demorarão a usar esse local novamente. Vamos embora e voltar à nossa missão principal!”
“Que missão é essa, Nort?” – questiona Mâsh, único que ainda não sabe ao certo os motivos daquele grupo estar naquele local.
Gilkan adianta-se ao meio-elfo e responde:
“Mâsh, até agora não tivemos tempo de explicar os motivos que nos trouxeram até aqui. Esse ainda não é o momento, pois podemos ser surpreendidos por orcs, goblins e sabe-se mais o quê nessas cavernas. Por agora, basta saber que estamos em uma missão ‘Real’ e devemos chegar à Brindol. Não devemos nos desviar mais! Daqui devemos ir direto. Mas na primeira oportunidade, lhe passarei a missão que temos com mais detalhe, pois, quem sabe, poderá nos acompanhar! Mas agora vamos partir como disse Northolt! Vou buscar o goblin!”
O bárbaro entendeu que aquele não era o momento para mais perguntas e fica pensativo sobre o que o futuro lhe reserva.
Quando Gilkan retorna com o prisioneiro, Northolt avisa ao goblin:
“Goblin, assim que saírmos dessa caverna voce estara livre! Porém, levará um recado para Ullag, o seu general. Diga a ele, que "Northolt Anastrian Kurdak" o procura. E que quando achá-lo, ele pagará por todas as vidas que tirou nesta Guerra cruel.”
O goblin não responde nada, mas ele captou todas as palavras do senhor da guerra e um leve sorriso, quase imperceptível, brotou em sua fase monstruosa.
Assim, liderados por Northolt os heróis retornam pelos corredores agora vazios. Vasculham outros aposentos e corredores que haviam deixado para trás quando perseguiram os kobolds e descobrem dormitórios, cozinha, sala de armas, depósitos e outras câmaras vazias. Destroem tudo que podem, para tentar tornar o lugar inútil para os exércitos inimigos. E assim, após horas de exploração, saem daquele conjunto de cavernas, voltando para a trilha do Passo Amarelo.
O goblin então, fala para Gilkan.
“Eu não criei problemas, senhor! Pode me soltar como vocês me prometeram!”
O Tiefling, seguindo o seu coração como sempre orientado por seu tutor, Rasshak, começa a libertar o prisioneiro de suas amarras. Aproveita para falar num tom que somente o goblin possa ouvir:
“Não se esqueça do que eu disse! Irei atrás de sua alma nem que tenha que percorrer os 9 infernos, caso você alerte alguém de nosso paradeiro! Ajude a mudar a visão de sua raça assim como estou tentando fazer com a minha. Você está livre, seja sábio!”
Enquanto Gilkan ocupava-se com a libertação do goblin, Paella olha com cuidado para a estrada e arredores, atento a qualquer movimento. Caminha um pouco pela trilha, tentando identificar sinais de que tropas ou caravana tenham passado por ali no último dia (tempo em que ficaram explorando o posto avançado inimigo), mas sua busca não revelou nada demais.
O goblin esfrega os punhos e mexe os ombros em movimentos rotatórios, para fazer o sangue circular mais rapidamente após tanto tempo imobilizado e depois corre na direção sul. Direção oposta a que os heróis seguirão.
"Então meus amigos. Criatura libertada, vamos acelerar o passo para chegar ao nosso objetivo e entregar o artefato!” – exclama Paella e já abrindo espaço para que Northolt siga pela trilha na direção norte.
KHAOS REPORT #011(Sessão dia 27.11.2010)
![]() |
| O confronto final no posto avançado |
Uma escada estreita e em espiral, escavada na rocha natural, leva ao último nível do posto avançado. A descida tem mais de 12 metros e termina em uma câmara subterrânea muito grande, com o teto bem alto.
Há uma construção de pedra. Parece ser uma forja, com uma chaminé larga de onde sai fumaça formando uma espiral que desaparece no teto alto. Uma outra construção de pedra, maior que a forjaria, tem uma porta de metal fechada e um cadeado de grandes proporções mantém o local bem trancado. Não há janelas ou qualquer outra entrada ou saída que não a porta trancada com o cadeado.
Há barris e caixas espalhadas e empilhadas em vários locais.
A câmara estende-se por vários metros e termina às margens de um rio subterrâneo. Ele é largo, de águas geladas e negras. É possível ver que o rio vem de uma caverna à leste, cerca de 20 metros da margem em que estão. Daquela direção também é possível ver uma queda da água de uns 18 m de altura, formando redemoinhos em alguns pontos no rio. Exceto naquele ponto, o rio parece ser de corredeira tranqüila e sem muitas rochas.
O local é iluminado por uma espécie de cogumelo gigante brilhante. A luminescência é bem fraca, mas permite ver tudo em tons esverdeados.
Foram construídos vários atracadouros ao longo da margem, como forma de permitir que barcos possam ficar atracados ali, permitindo a presença de uma considerável força armada no local. No momento, não há nenhum barco ou canoa.
Gilkan tenta atacar um goblin que guardava o fim da escadaria, mas erra miseravelmente. Apesar do erro, o goblin assusta-se e acaba recuando, permitindo com que Paella tome posição atrás de um dos barris.
Um a um os heróis vão descendo a escadaria e entram em combate com os inimigos. Mâsh destaca-se pelos golpes mortais de seu machado, e os inimigos vão caindo como folhas no outono. Ao final, derrotam a maioria dos inimigos. Alguns deles se jogam no rio e são carregados pela correnteza. Conseguem capturar um goblin vivo e interrogam-no para saber sobre os Garras Vermelhas e seus objetivos naquele local.
Antes de irem embora, ateiam fogo em tudo que podem e tentam destruir todas as possibilidades de o local continuar a ser utilizado pelos Garras Vermelhas.
Assinar:
Comentários (Atom)




