quinta-feira, 1 de setembro de 2011

KHAOS REPORT #028

O Vale Elsir
Antes de partirem, gastam algumas horas de descanso e alimentação protegidos sob os altos sabugueiros que formam um grande bosque na região próxima ao covil dos Garras. Estas horas são silenciosas, marcadas pela introspecção daqueles que estão juntos nesta empreitada. O frio intenso tornará o retorno à Brindol ainda mais desgastante, e estes momentos de descanso serão muito importantes ao longo da viagem.
Kracius, que se acostumava com a sensação de sair vivo daquela masmorra, pensa onde podem estar seus amigos do Panteras. Será que algum deles sobreviveu, assim como ele?
Apesar de perder de vista seus companheiros de grupo, encontrara outros aliados. Não tardará em procurar seus amigos da Panteras Negras, mas não fará disto uma obsessão. Há perdas e ganhos em todos momentos de sua vida, e seu destino errante vem lhe dando sabedoria. Amigos morreram, outros novos chegaram: "Faz parte...".
Gilkan, sempre soturno, está ainda mais sorumbático e pensativo. Seu sangue ainda borbulhava como lava, em uma sede de sangue infindável. Ele havia gostado de ceifar as vidas dos seguidores de Sinruth, e estava remoendo de ódio por ter acreditado naquele gnomo! Ah se pudesse voltar! Iria até os Nove Infernos, se preciso, para pegar aquele maldito ludibriador que o enganou. A sombra demoníaca de seu ser estava à flor da pele, e somente as palavras alentadoras de Northolt e de Sertanian o acalmaram e permitiram que controlasse a Besta interior.
O bruxo ainda é atormentado pela confronto com o demônio naquela antessala. Não por medo, de maneira nenhuma, mas por ter encarado o Evistro como um ser normal, como um semelhante. A única coisa que o  incomoda é a inabilidade de se poder controlar criaturas deste tipo. Isso ficou gravado em seu âmbito e tornou-se um mote na sua busca: adquirir conhecimento para controlar os demônios. Fazer com que sigam aquilo que ele, Gilkan, vê como sendo o caminho certo a ser seguido.
Goulash, o anão que havia se juntado ao grupo a menos de um dia, refletia sobre suas verdades e prioridades na vida. Após os dias preso no calabouço dos Hobgoblins o fez pensar que para alcançar seus objetivos e levantar o nome de seu clã novamente, talvez o melhor fosse permanecer com esse grupo de aventureiros que o salvou. Um grupo que, aparentemente, está unido não apenas pelo butim, mas por algo mais que dá força e união.
Mas os devaneios de todos são cortados quando Kracius fala em voz alta o suficiente para que todos ouçam:

“Estive pensando e acho que não fará muita diferença se entregarmos aos Brindolnianos a cabeça de Sinruth ou a fincarmos numa estaca. De qualquer maneira, há maiores perigos nas redondezas e no caminho de volta à cidade. O que devemos fazer, chegando à Brindol, é fortalecer as defesas. Mas não devemos deixar de localizar outros lugares onde eles, Garras Vermelhas, estejam escondidos. Francamente, prefiro a segunda opção. Prefiro morrer atacando do que esperando ser atacado, amedrontado que nem um coelhinho acanhado.”

Interrompe secamente o seu discurso e fica remexendo a lenha na pequena fogueira que prepararam.
Gilkan manifesta sua idéia:

“Penso que podemos expor a cabeça de Sinruth nos muros de Brindol ou deixá-lo aqui na entrada do antigo covil. Mas também podemos leva-la até o Rei Ilíadas como um troféu. Só não sei como faríamos para não apodrecer até lá!”

Paella ouve as palavras de seu amigo e reflete sobre o que disse:

“Eu acredito que este troféu pode ficar exposto aqui mesmo, na entrada desse complexo dos Garras. Podemos até desenhar algumas runas para mostrar a essas criaturas que existem aventureiros dispostos a brigar pela justiça, honra e lealdade! Pessoas que irão defender suas crenças até o fim e, se necessário, farão represálias aos ataques da Horda. Serviria como um aviso aos nossos inimigos!”

Kracius interrompe o Lâmina Prateada:

“Bom, pensando melhor, talvez para o orgulho dos Brindolnianos, para o seu ego ferido, a exposição de um líder inimigo morto, quem sabe, ele o moral da população.”

Paella, novamente com a palavra, completa seu raciocínio:

“Acredito que Sertanian pode conversar com o Conselho de Brindo e deixar bem claro para eles, e para os moradores da cidade, o quanto colaboramos para a derrota dos Garras e que Sinruth está morto! Além disso, há o testemunho dos demais prisioneiros que libertamos!”. - Sertanian acena levemente com a cabeça, como que concordando com a opção dada pelo Eladrin.
Mas Paella sabe que os demais devem votar, e por isso instiga Northolt a se manifestar:

“E então Senhor da Guerra, vai querer levar este troféu? Por mim pode ficar empalado em uma estaca na entrada do covil!”

Northolt estava pensativo e então, levantando-se, expõe suas intenções:

“Bem, vejam que fizemos um trabalho formidável aqui, meus caros! Com certeza os brindolnianos terão um bom tempo livre dos Garras, pois desmantelados e destituídos de um líder. Mas, pela carta encontrada, também é sabido que existem outros aspirantes ao posto maior da guilda. Tenho para mim que o remetente da carta seja um comandante orc que ataca o Forte Furiondy, na fronteira. Seu nome é Ullag! Por isso, acho que o melhor a fazermos é não levarmos esta cabeça e nem a deixarmos exposta em local nenhum. Temos que tentar mascarar a morte de Sinruth. Ao mesmo tempo, avisarmos a milícia de Brindol e o exército de Iggspur de que a ameaça dos Garras Vermelhas ainda existe e assim identificarmos de uma vez por todas quem é este tal ´emissário´. Somente com a derrota dele é que poderemos ter certeza de que os Garras Vermelhas não tramarão vingança.”

Os heróis ponderam as sábias palavras do sargento e Goulash decide falar.

“Agradeço o que têm feito por mim até então e fico feliz por terem me emprestado o equipamento de seu companheiro falecido. Tentei honrar a confiança e a qualidade dos equipamentos, fazendo o melhor uso que poderia. Não me importo com o que façam com a cabeça do Hobgoblin, mas concordo com a idéia de que o Emissário deve ser identificado. Não podemos esquecer que alguns goblinóides fugiram de nós e provavelmente avisarão este emissário. Ele não virá sozinho! E, pelo mapa que Sinruth tinha com ele, o Emissário também deve utilizar estas rotas marcadas. É da minha vontade continuar até Brindol com vocês e também acompanha-los daqui para frente, pois meu coração diz que com vocês terei chances de reencontrar pessoas do meu clã e também reerguer o nome de meu clã! A Guerra ainda não acabou, e temos que continuar!”

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