Naquela noite os heróis decidem banquetear e brindar em homenagem
aos deuses para que abençoem a missão que irão cumprir. Gilkan, no entanto, tem
outros planos além de se embebedar.
Ele vê Valthrun sentado naquela mesma cadeira próxima à
lareira. O velho cajado de madeira apoiado no alto encosto estofado da cadeira.
Um caneco de ferro nas mãos e, em uma pequena mesa redonda próxima – e que não
estava ali na noite anterior – um tomo grosso aberto nas primeiras páginas.
Ao perceber a aproximação do Tiefling, o velho sábio de
Queda Escarpada o recepciona animado:
“Se não é o jovem Gilkan, como está meu rapaz?”
“Bem, e o senhor?” – responde o bruxo.
“Que bom! Eu estou muito bem. Confesso que não esperava que viesse me ver hoje,
como havias dito que o faria. Mas então, puxe uma cadeira e sente-se.”
Gilkan pega uma cadeira que estava próxima e logo puxa
conversa com Valthrun:
“Lembra-se que ontem terminamos nossa conversa quando
contavas sobre A Espiral do Trovão?” – o velho sábio concorda com um aceno de
cabeça e o Tiefling continua. “Então, é muita coincidência ou são os desígnios
de Bahamut que nos guiam para o mesmo interesse. Eu e meus amigos estamos em
missão para o Barão que nos levará diretamente a Montanha da Espiral do
Trovão.”
Valthrun demonstra interesse e vê uma oportunidade:
“Uhnnn... isso é muito interessante Gilkan. Você poderia
aproveitar esta oportunidade para trazer informações e contos maravilhosos do
que virem, não acha?”
“Foi exatamente o que pensei, Sr. Valthrun! Mas podes
partilhar alguma informação sobre o local para que possamos nos preparar para a
viagem?”
“Sim, claro... claro! Veja, meu rapaz, esse vale todo onde
estamos já foi dominado no passado pelos lordes minotauros que viviam na cidade
subterrânea de Saruun Khel. Ela desapareceu há cerca de 300 anos e ficava,
segundo os registros históricos, debaixo da Montanha da Espiral do Trovão.” –
ele acena a taça de ferro vazia para um ajudante do taberneiro para que
providencie mais bebida. Depois continua: “Duas partes específicas da grande
cidade dos minotauros aparecem em vários textos sobre a Montanha. Uma delas é chamada
de Labirinto e a outra de o Salão dos Sete Pilares.” – o ajudante chega com uma
jarra de vinho e serve Valthrun. Gilkan recusa o vinho, mas pede um caneco de cerveja. O
velho sábio continua sua estória:
“Pelo que consegui entender de meus estudos das antigas
lendas e registros que coletei ao longo dos anos, as ruínas de Saruun Khel além
do Salão dos Sete Pilares são coletivamente chamadas de Labirinto. A antiga
cidade dos minotauros consistia de um vasto emaranhado de cavernas naturais,
aberturas largas, salas rústicas, escadas íngremes e passagens retorcidas.
Muito ainda permanece inexplorado e perigoso, já que o Salão é apenas parte
daquela grande cidade. Além disso, há rumores recentes que falam sobre os Magos
de Saruun – arcanistas modernos que aparentemente possuem uma pequena ou grande
influência sobre o sobrou da cidade arruinada.” – ele faz uma pausa como se
procurasse alguma outra informação. “Acho que é isso.”
Gilkan, meio desconsolado comenta:
“Parece pouco pelos anos de estudo que você disse ter
realizado. Sem querer ofender!”
Valthrun olha para o Tiefling e começa a gargalhar
incontrolavelmente. Quando retoma a compostura fala entre a respiração
ofegante:



