terça-feira, 30 de outubro de 2012

KHAOS REPORT #044


Naquela noite os heróis decidem banquetear e brindar em homenagem aos deuses para que abençoem a missão que irão cumprir. Gilkan, no entanto, tem outros planos além de se embebedar.
Ele vê Valthrun sentado naquela mesma cadeira próxima à lareira. O velho cajado de madeira apoiado no alto encosto estofado da cadeira. Um caneco de ferro nas mãos e, em uma pequena mesa redonda próxima – e que não estava ali na noite anterior – um tomo grosso aberto nas primeiras páginas.
Ao perceber a aproximação do Tiefling, o velho sábio de Queda Escarpada o recepciona animado:

“Se não é o jovem Gilkan, como está meu rapaz?”

“Bem, e o senhor?” – responde o bruxo.

“Que bom! Eu estou muito bem. Confesso que não esperava que viesse me ver hoje, como havias dito que o faria. Mas então, puxe uma cadeira e sente-se.”

Gilkan pega uma cadeira que estava próxima e logo puxa conversa com Valthrun:

“Lembra-se que ontem terminamos nossa conversa quando contavas sobre A Espiral do Trovão?” – o velho sábio concorda com um aceno de cabeça e o Tiefling continua. “Então, é muita coincidência ou são os desígnios de Bahamut que nos guiam para o mesmo interesse. Eu e meus amigos estamos em missão para o Barão que nos levará diretamente a Montanha da Espiral do Trovão.”

Valthrun demonstra interesse e vê uma oportunidade:

“Uhnnn... isso é muito interessante Gilkan. Você poderia aproveitar esta oportunidade para trazer informações e contos maravilhosos do que virem, não acha?”

“Foi exatamente o que pensei, Sr. Valthrun! Mas podes partilhar alguma informação sobre o local para que possamos nos preparar para a viagem?”

“Sim, claro... claro! Veja, meu rapaz, esse vale todo onde estamos já foi dominado no passado pelos lordes minotauros que viviam na cidade subterrânea de Saruun Khel. Ela desapareceu há cerca de 300 anos e ficava, segundo os registros históricos, debaixo da Montanha da Espiral do Trovão.” – ele acena a taça de ferro vazia para um ajudante do taberneiro para que providencie mais bebida. Depois continua: “Duas partes específicas da grande cidade dos minotauros aparecem em vários textos sobre a Montanha. Uma delas é chamada de Labirinto e a outra de o Salão dos Sete Pilares.” – o ajudante chega com uma jarra de vinho e serve ValthrunGilkan recusa o vinho, mas pede um caneco de cerveja. O velho sábio continua sua estória:

“Pelo que consegui entender de meus estudos das antigas lendas e registros que coletei ao longo dos anos, as ruínas de Saruun Khel além do Salão dos Sete Pilares são coletivamente chamadas de Labirinto. A antiga cidade dos minotauros consistia de um vasto emaranhado de cavernas naturais, aberturas largas, salas rústicas, escadas íngremes e passagens retorcidas. Muito ainda permanece inexplorado e perigoso, já que o Salão é apenas parte daquela grande cidade. Além disso, há rumores recentes que falam sobre os Magos de Saruun – arcanistas modernos que aparentemente possuem uma pequena ou grande influência sobre o sobrou da cidade arruinada.” – ele faz uma pausa como se procurasse alguma outra informação. “Acho que é isso.”

Gilkan, meio desconsolado comenta:

“Parece pouco pelos anos de estudo que você disse ter realizado. Sem querer ofender!”

Valthrun olha para o Tiefling e começa a gargalhar incontrolavelmente. Quando retoma a compostura fala entre a respiração ofegante:

“Realmente, rapaz, é pouca coisa mesmo. Pelos deuses, fazia tempo que não ria tanto. Ai! É pouco sim, mas é muito comparado aos exíguos registros históricos que consegui encontrar. E é por isso que estou tão empolgado com a oportunidade que você me oferece. Que lembro para te passar sobre Saruun Khel é isso, mas quem sabe alguma dúvida sua não refresca minha memória?”

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

UM NOVO CONTO INFANTIL...

Estávamos nos preparando para jogar uma sessão de RPG especial no último dia 12/10, terminando os personagens de alguns jogadores, quando o Felipe solta a pérola...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

KHAOS REPORT #043

Na manhã seguinte, Northolt manda um mensageiro até o Forte Pedraluna para entregar uma mensagem ao Barão Stockmer. Os heróis passam o tempo de espera na estalagem descansando e Gilkan comunica a conversa que teve com Valthrun na noite anterior. O único que não recebeu com entusiasmo a possibilidade desta investigação foi Mâsh, que lembrou aos demais a promessa feita por eles.
Pouco antes do meio-dia um mensageiro do Barão vem à estalagem e diz que o Lorde os aguarda para o almoço. Uma carruagem encontra-se do lado de fora pronta para levá-los.
Durante o almoço há apresentações e os heróis contam as histórias de suas aventuras, já mencionadas superficialmente por Balin através de cartas. Stockmer não tratou de negócios, deixando estes assunto para depois do almoço, durante uma caminhada ao longo de sua propriedade.
“Meu irmão deve ter comentado com vocês o motivo de sua vinda para Queda Escarpada, não é?”
Northolt, que estava ao lado do Barão, concordou com um aceno de cabeça. Stockmer continua:

“O Vale Nentir não é considerado um lugar seguro, por natureza. No entanto, com a derrota da Horda, alguns grupos de escravagistas vêm atuando muito próximo a nossas rotas de comércio e também atacando fazendas nas proximidades da cidade.” – ele entrega uma carta para o meio-elfo. “Leia.”

Na carta há o seguinte conteúdo:

“Saudações Kalarel. Recentemente, descobri suas atividades na área e venho fazer uma oferta. Em seu período na região, se conseguir capturar qualquer humanóide, ficaremos felizes em adquiri-lo. Temos aliados duergar na Espiral do Trovão que necessitam de escravos com urgência. Se estiver interessado, envie-me uma resposta. Meus mensageiros mostrarão o caminho ” Assinado: Krand, Líder dos Salteadores Sanguinários.

Após todos terem lido a carta, já sentados sob uma grande figueira, Stockmer complementa:

“Recentemente uma dúzia de aldeões foram capturados. Dias depois, uma de nossas patrulhas defrontou com um grupo de Goblins que atacavam uma fazenda. Acredito sejam os escravagistas mencionados na carta.”
“Realmente, parecem ser eles, senhor.” – concorda Northolt.

“Não posso dispor de guardas para investigar este caso, já que temos alguns poucos para defesa da cidade. Por isso os convoquei. A missão que tenho para vocês é investigarem esses escravagistas de Krand e, se possível, eliminá-los e libertar os escravos.”
Após a anuência dos heróis quanto a missão, ele termina:
“Excelente! Sugiro que viagem até a Espiral do Trovão e procurem pelos tais duergar, talvez consigam extrair a localização dos Salteadores Sanguinários. Quando estiverem pronto para a partida, um guia meu irá leva-los até a Montanha. Obrigado, senhores. Vocês prestam um grande serviço a Queda Escarpada.” – ele encerra a conversa com uma despedida formal e os deixa livres para os preparativos.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

KHAOS REPORT #042


“Cerveja, pão, queijo, batatas e um belo pernil bem suculento. E não demora!” – fala um ansioso Goulash para um atendente da estalagem Unicórnio Prateado. E satisfeito empurra a cadeira em que está sentado para trás, equilibrando-a apenas nas pernas traseiras.

Os heróis hospedaram-se na Casa do Unicórnio prateado, que fica próxima ao Portão do Cavaleiro e em frente a estrada que leva ao Forte Pedraluna. A barganha por bons preços foi difícil, mas conseguiram quartos individuais com banho quente por 2 po. A estalagem foi considerada por muitos anos, o “Orgulho de Queda Escarpada”, cobrando preços altíssimos pelo serviço atencioso e quartos bem arrumados. Com a guerra e também com a abertura da Estalagem Nentir, os preços tiveram que ceder, para desagrado da matriarca halfling mal humorada chamada Wisara Ostreira.
Durante o jantar, conversam sobre amenidades e contam histórias que vivenciaram antes de estarem na mesma companhia. Experiências de várias regiões de Iggspur e além. Algumas divertidas, outras nem tanto. Mas que fortalecem a amizade entre eles.
Lá pelas tantas, Gilkan percebe a entrada na estalagem de um humano já idoso. Ele entra apoiado em um cajado e senta-se em uma cadeira de encosto alto que fica bem próxima à grande lareira do salão. Mesmo sem pedir nada, um dos atendentes leva uma taça de ferro para aquele senhor. Curioso, quando o atendente passa próximo à mesa, Gilkan pergunta quem é o homem e descobre que seu nome é Valthrun, o Presciente. É um grande sábio da vila, estudioso e o mais antigo escriba do Lorde.

Ávido por histórias e conhecimento, o tiefling aproxima-se do velho.

“Boa noite, Sr. Valthrun. Posso sentar-me aqui para conversarmos?”

O sábio olha calmamente para Gilkan e após um momento gesticula positivamente com um leve sorriso. O Tiefling puxa uma cadeira para perto e senta-se com seu caneco de cerveja.
Um momento de silêncio e Valthrun questiona:

“E então, o que um Tiefling gostaria de conversar com este velho?”

“Ah, claro, desculpe-me. É que eu estava apenas pensando... bem...”

“sim?” – questiona o velho e toma um gole do que parece ser vinho.

Gilkan, meio nervoso, sem entender bem o porque, continua. “Estamos longe de nossas casas, e chegamos à Queda Escarpada hoje. Bem, o atendente me disse que o senhor é um antigo sábio da vila, daí pensei que pudesse aprender algo sobre a região com o senhor.”

“E quem quer tais informações? Com que finalidade?”Valthrun fala sem desviar o olhar das chamas da lareira.

“Ahn... hehehe... desculpe, eu sou Gilkan. Vim de Zanthar, na fronteira leste de Iggspur. Estou com meus amigos ali, naquela mesa. Viemos a Korzus cumprir uma missão para nosso patrono e agora retornamos ao nosso lar. Mas temos um assunto a resolver aqui em Queda Escarpada também.” – fala o Tiefling meio sem jeito, escolhendo as informações que quer passar para ganhar a confiança de Valthrun, sem, no entanto, revelar muito.

E o diálogo entre os dois vai se estendendo ao longo das horas. Mâsh e Goulash dormem com as cabeças apoiadas na mesa. Bêbados demais para irem para suas camas. Kracius, Northolt e Paella recolhem-se aos quartos e já dormem quando, dentre as histórias, o velho estudioso discursa sobre uma possível expedição que pode interessar os heróis.

“Vocês já ouviram as lendas da Montanha da Espiral do Trovão?” – pergunta o sábio, com os olhos brilhando de entusiasmo. Definitivamente Gilkan tinha ganhado sua confiança e simpatia.

“Não senhor! Que segredos esta lenda guarda?” – responde Gilkan.

“As histórias contam que uma grande cidade construída por minotauros nos dias antigos reside nos confins da montanha. Se vocês buscam por aventuras então que tal explorarem as ruínas e trazer de volta contos maravilhosos sobre o que viram? Isso deixaria um bode velho como eu muito feliz. Já pensou como esse lugar deve ser estranho? Imagine os tesouros de épocas remotas que ainda devem existir!” – ele completa com grande excitação na voz.

Gilkan sente aquela chama de curiosidade se acender. Sua veia aventureira desperta com aquela lenda, com as possibilidades de tesouros, artefatos e principalmente de conhecimentos antigos que estão perdidos a Eras. Ele afirma que no dia seguinte irá procurar pelo sábio.